No clube de “amigos de Cannes”, o cineasta chinês Jia Zhang-ke ocupa, há muito, um lugar de destaque, já que, desde o começo do século, grande parte da sua obra tem sido revelada na Côte d’Azur — regressa agora com “Caught by the Tides”, por certo um dos seus títulos mais pessoais.

Estamos mesmo perante a história de uma personagem, interpretada por Zhao Tao, mulher do Jia Zhang-ke, que percorre um trajecto dramático pontuado por memórias de outros filmes do realizador em que ela também participou. Em paralelo, essa viagem intimista desdobra-se num painel de momentos emblemáticos da história da China, dos tempos de preparação dos Jogos Olímpicos de 2008 até à actualidade.

Tudo isso acontece através de uma subtil combinação de elementos ficcionais e materiais de arquivo. Dito de outro modo: estamos perante um notável narrador, capaz de observar o mundo através da fascinante pluralidade das imagens.

João Lopes

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