Metropolis 95

A incrível dimensão de ser-se real… mesmo quando se é uma celebridade! Vivemos um momento em que nos escudamos atrás de filtros e da tecnologia para encobrirmos o que realmente somos, o que estamos a sentir e a nossa vulnerabilidade. Numa época em que os filmes de ficção científica mais arrojados estão a atingir o maior potencial de realismo, em cenários ainda não distópicos e regidos por máquinas, mas já assustadores o suficiente para sentirmos o poder da máquina e a sua soberania num futuro próximo, afinal, o que nos resta?

Resta-nos, como diz Brené Brown, a “coragem de ser imperfeitos”, assim como nutrir a “arte de ser vulnerável”. É quando as máscaras se desfragmentam que entendemos o verdadeiro valor do ser; é quando deixamos vir ao de cima a essência que pulsa em cada um de nós, que a verdadeira empatia se gera; é quando assumimos o nosso real poder pessoal, que atraímos o melhor do outro e o elevamos também na sua individualidade.

Sendo o cinema uma arte que conjuga emoções para a receita de sucesso, sendo os atores os mensageiros desse trabalho, ao exporem-se para milhões de pessoas e fazerem-nos sentir através da tela a gigante imensidão de sensações, sendo os realizadores os grandes maestros desta orquestra visual, sendo os argumentistas as peças fundamentais para recebermos os melhores diálogos, sendo os editores os verdadeiros mestres na arte de contar a história, sendo as equipas técnicas os músicos da orquestra, sem os quais a sinfonia nunca poderá soar, respeitemos a vulnerabilidade e o valor de quem o faz, com toda a dedicação que lhes é possível. Movidos pelas mais diversas intenções, e não estando isso em causa, a verdade é que a inteligência artificial poderá um dia fazer um filme perfeito, mas uma coisa a tecnologia nunca poderá ser: vulnerável. E é nessa vulnerabilidade que está a beleza e a riqueza da vida.

Celebremos a falha, porque é ela que nos torna humanos e únicos na imensidão de um mundo que procura a perfeição, sem perceber que é na imperfeição que está o verdadeiro tesouro.

SARA AFONSO

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