A secção da chamada “Competição Imersiva” teve a sua estreia no calendário do Festival de Cannes em 2024. Objectivo? Expor a pluralidade de experiências que, um pouco por todo o lado, estão a acontecer através das novas tecnologias e, em particular, da RV (Realidade Virtual). Volta a acontecer este ano e o mínimo que se pode dizer é que se trata de uma iniciativa discretamente “marginal”, aliás a ocupar um espaço (uma zona do rés do chão do Hotel Carlton) pouco comum para um certame que tem ao seu dispor algumas salas míticas, a começar pelo Grande Auditório Lumière, com os seus 2309 lugares. Para já, do meu ponto de vista, não há muito a destacar — aliás, uma video-instalação que vi («Beyond the Vivid Unknown», de John Fitzgerald e Godfrey Reggio), parece-me mesmo uma variação menor sobre um modelo de exploração de vários ecrãs que também já gerou o seu academismo. Seja como for, o que creio que faz sentido lembrar é o facto de a atenção, prática e pedagógica, a estes fenómenos criativos ser uma directriz que tem pontuado todas as edições de Cannes durante este século XXI — lembro, por exemplo, que na edição de 2002 o festival apresentou, em estreia mundial, «Star Wars – O Ataque dos Clones», a primeira super-produção do género inteiramente rodada em formato digital. Talvez possamos dizer que algumas das experiências “imersivas” já nada têm a ver com o cinema, as suas técnicas e narrativas. Mas a “moral da história” é um pouco diferente: trata-se de manter a atenção ao universo multifacetado das imagens & sons.

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