«Saturday Night Live» (SNL) é uma instituição que existe há 50 anos, um embrião vivo que desponta ciclicamente talentos. A 11 de Outubro de 1975, realizou-se o primeiro episódio deste legado de ouro.
A mente principal e o criador por detrás do conceito de SNL é Lorne Michaels, na altura com o apoio crucial de Dick Ebersol, uma lenda da produção televisiva norte-americana. O argumento é uma súmula do espírito de SNL criando um alucinado behind the scenes a algumas horas de estreia do primeiro episódio.
A tarefa do realizador e argumentista Jason Reitman não foi fácil, mas é feita num ritmo galopante; piscamos os olhos e perdemos uma cena. Os acontecimentos não param numa multitude de narrativas em torno do show de estreia, subtramas sobre comediantes convencidos que vão conquistar o mundo, outros que não sabem como ganhar a audiência e outros que não se querem comprometer/vender a alma. O personagem pivot é Lorne Michaels (Gabriel LaBelle), uma performance que personifica a ansiedade do momento na crença de que está a criar algo sísmico que nunca foi feito. Para isso, tem de gerir os futuros talentos, ultrapassar os problemas pessoais com a ex-mulher (Rachel Sennott) e convencer o executivo da NBC (belo papel de Willem Dafoe) que SNL (apesar do caos da estreia) é algo ensurdecedor que merece uma oportunidade. Lorne não abandona sua visão e não cede um centímetro, e vemos isso em breves histórias da produção. É nesta soma de histórias que sentimos o pulso de um momento histórico. É uma obra feita com um punhado de promissores jovens actores, um argumento cheio de genica e um entrosamento da narrativa que produz um bom e merecido tributo a SNL.
Título original: Saturday Night Realização: Jason Reitman Elenco: Gabriel LaBelle, Rachel Sennott, Cory Michael Smith, Matt Wood, Lamorne Morris, Cooper Hoffman Duração: 109 min. EUA, 2024