A Netflix lançou recentemente uma minissérie dramatizada sobre Ayrton Senna, o celebrado piloto brasileiro que morreu durante uma corrida de F1 em Itália, em 1994. Mas quase tão falada quanto a série tem sido a polémica em torno da precisão factual e do controlo da família de Senna.

Já muito se leu e viu sobre Ayrton Senna, o lendário tricampeão brasileiro, que morreu na sequência de um trágico acidente em pista, no ano de 1994. Na nova minissérie da Netflix, «Senna», o mito é recuperado e, à boleia de muita dramatização e momentos emotivos, procura revelar o homem por detrás do capacete, dos karts à Fórmula 1. Contudo, algumas decisões narrativas retiram protagonismo a rivalidades históricas e relações amorosas, nomeadamente com Adriane Galisteu (supostamente por decisão da família), o que tem levado a que se fale tanto da série como do que ficou fora desta.

No que ao pequeno ecrã diz respeito, há uma tentativa de aproximar e tornar “real” a figura de Senna, interpretado por Gabriel Leone, mostrando os desafios e obstáculos apresentados ao jovem piloto, que se evidenciou pela sua condução agressiva e conhecimento de carros. Além dos seus triunfos históricos, «Senna» mergulha nas suas relações familiares, rivalidades emblemáticas, por exemplo com Alain Prost, e momentos cruciais que determinaram o rumo da sua carreira. A audiência é praticamente colocada “dentro” dos carros ou da pista, observando num local privilegiado os momentos de decisão e as jogadas de maior risco.

Para todos os públicos, «Senna» pode talvez desiludir os maiores fãs da Fórmula 1, que esperariam maior complexidade de linhas narrativas como a de Prost, mas veem os confrontos serem criados em traços simples. Acontecimentos históricos mais imprecisos, em prol da narrativa ou do seu ritmo, vão também dividir o público. As situações são muito diretas, entre ação e consequência, e não são desenvolvidas ou apuradas em detalhe. Um processo de escolha próprio de uma série que tem apenas seis episódios para desmontar a narrativa.

Ainda assim, a ação mais duvidosa acaba por estar relacionada com Laura Harrison (Kaya Scodelario), uma jornalista que aparentemente não existiu, mas que serve para corporizar, numa só personagem, a imprensa e até as críticas que Senna teve à sua condução e estilo competitivo. Um “truque” próprio da ficção, que visa ilustrar acontecimentos ou comentários que têm impacto nos acontecimentos; mas nem sempre bem recebido em narrativas de base verídica.

Não obstante, «Senna» cumpre o seu propósito de manter vivo o mito, enquanto o humaniza. Da mesma forma, explora como o seu impacto não foi apenas histórico, mas também cultural. O retrato dos pilotos sul-americanos, cujos obstáculos para vingarem no meio pareciam ser maiores, evidencia ainda mais como o piloto foi marcante e revolucionário no automobilismo. Trata-se de uma produção bem construída que, embora não ofereça uma abordagem inovadora, reafirma o legado de Ayrton Senna como um ícone global.

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