Na sequência de um dos seus espectáculos, os elementos de uma “troupe” teatral são acusados de obscenidade. Respondem perante um juiz, num jogo perverso que vira do avesso a própria lógica da acusação: o teatro existe, não como uma duplicação das evidências materiais, antes um revelador dos nossos recalcamentos e fantasmas.

Eis um óbvio reflexo dos cruzamentos de teatro e cinema no trabalho de Bergman, dos mais austeros e perturbantes. Em qualquer caso, com uma nuance que importa sublinhar: “Ritual” não é um filme, mas um… telefilme. Dito de outro modo: a par de Rossellini, Godard e Antonioni, Bergman foi dos primeiros a compreender que cinema e televisão podem gerar muitas formas de cumplicidade criativa. Enfim, pelo menos podiam… há mais de meio século.

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