A prequela de «O Génio do Mal» teve a sua estreia no passado mês de Abril mas chegou recentemente à plataforma de streaming Disney+. «O Génio do Mal: O Início» descreve os misteriosos acontecimentos que levam o recém nascido Damien a ser entregue ao casal Robert Thorn e Katherine para adoção. A banda sonora do clássico original de 1976, um dos grandes filmes do género, composta por Jerry Goldsmith, representa, ainda hoje, um marco nos Óscares: foi a primeira e única vez que um filme genuinamente de terror (coloque-se «Tubarão» dentro do género do thriller de suspense) obteve o galardão de melhor partitura original. Este foi também o primeiro – e incompreensivelmente – único Óscar ganho por Goldsmith, o extraordinário e lendário compositor norte-americano que brilhou em Hollywood durante quase cinco décadas. O tema principal de «O Génio do Mal», Ave Satani, é icónico.  

A partitura de «O Génio do Mal: O Início», escrita para uma orquestra de cordas, coro e uma pequena secção de sopros, vem assinada pelo canadiano Mark Korven (autor de títulos como «A Bruxa: A Lenda de New England», «O Farol» ou «O Telefone Negro»), um predestinado a compor para o género de terror. Korven criou, inclusive, em co-autoria com o guitarrista Tony Duggan-Smith, o apprehension engine, um complexo instrumento musical construído propositadamente para gerar sons assustadores e desconfortáveis e que tem sido usado em diversos filmes. Nesta banda sonora, Korven incorpora também o Element Choir, um grupo coral sediado em Toronto, especializado em técnicas de improvisação. Intensa e opressiva, a música amplifica, de forma quase contínua, a sensação de pavor vivido pela protagonista, Margaret. A presença iminente do anticristo vai sendo evocada através de vozes sôfregas e sussurrantes, cânticos sinistros em latim e vocalizos ominosos que surgem de forma recorrente ao longo do filme (Searching the Files, The Claw, Tableau ofHell). À personagem do Chacal, especificamente, está associado um tema fundamentado em quatro notas: escutamo-lo no início da faixa Tighten the Noose (tocado inicialmente pelo violoncelo e depois entoado por quatro vozes masculinas graves) e, mais tarde, em faixas como Demon Dance ou The Antichrist. O compositor recorre também, frequentemente, a um ostinato – neste caso, um motivo rítmico executado pelas cordas – à medida que a intriga se vai desenredando. Por outro lado, os vestígios da sanidade mental de Margaret manifestam-se musicalmente sob a forma de melodiosas peças corais, para vozes femininas, que evocam o canto gregoriano (Vow Ceremony, Plan Revealed) e que se entrelaçam, ocasionalmente, com a sonoridade conotada às forças do mal. Desta forma, a música reflete, também, a dicotomia entre a luz e as trevas. O álbum fecha com um arranjo de Ave Satani, a homenagem devida de Korven a Goldsmith. Lançamento em digital (Hollywood Records) e vinil (Mutant). Não há, até ver, edição em CD.

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