O primeiro filme a cores de Ingmar Bergman conta a história de um crítico pedante, Cornelius (Jarl Kulle), que se desloca à moradia de um conceituado violoncelista para trabalhar na sua biografia. Contudo, quando lá chega, o homem parece conseguir fazer tudo menos falar com o protagonista da sua história. É que, entre a arte e as suas amantes, o “maestro” tem os dias muito preenchidos.
Uma comédia de absurdos, que começa com o funeral do violoncelista e vai viajando entre o tempo e o espaço, numa teia de enigmas e jogos de influências. Este é um dos filmes mais “bizarros” de Bergman, que, ao mesmo tempo, é também uma crítica bem construída, e irónica, à moral e bons costumes. E ainda à perceção que se pode ter da arte, de diferentes perspetivas: quem cria, quem admira, quem analisa… e quem ganha com isso.