Morgan Grant (Allison Williams) e a sua filha Clara (Mckenna Grace) vivem uma relação “conflituosa” — típica de uma mãe que engravidou cedo, aos 17 anos, e de uma adolescente que não quer ser controlada pela mãe. Casada com Chris (Scott Eastwood) desde o liceu, Morgan é irmã de Jenny (Willa Fitzgerald), que por sua vez está com Jonah (Dave Franco), antigo amigo e colega de escola de ambos. Depois de um acidente trágico, a frágil harmonia familiar desmorona-se e vêm à tona segredos guardados, ressentimentos antigos e uma traição inesperada. É nesse confronto com o passado que talvez se esconda a hipótese de libertação — o momento em que Morgan é forçada a rever as amarras emocionais que a prendem desde a adolescência.

Baseado no livro homónimo de Colleen Hoover, que também assina a produção executiva, e realizado por Josh Boone (de «A Culpa é das Estrelas», 2014), «Sempre Tu» assume a ousadia de adaptar para o ecrã uma das autoras mais populares entre o universo juvenil atualmente. Mas com essa ousadia vem uma responsabilidade enorme — e é precisamente aí que o filme vacila.

A narrativa tem todos os ingredientes para um “bolo de fim de tarde”: não muito doce, reconfortante, capaz de agradar a várias gerações. Contudo, Boone e atores não conseguem dar corpo à densidade emocional que o drama exige. Falar de luto, de traição, de recomeços e de doença implica mergulhar mais fundo — e «Sempre Tu»permanece, demasiadas vezes, à superfície.

Como em qualquer adaptação literária, há escolhas inevitáveis: capítulos que ficam de fora, personagens simplificadas, caminhos de realização que procuram traduzir emoção em imagem. Mas é no sentimento — no que toca, reverbera e ressoa — que um filme como este não deveria falhar.

Dentro do seu género, «Sempre Tu» tinha matéria-prima talvez para uma minissérie — com espaço para explorar retratos psicológicos, encontros e desencontros, emoções complexas que a literatura de Hoover sabe trabalhar. No entanto, tudo parece comprimido, como se o tempo da história não chegasse para a maturação necessária.

No fim, quando mãe e filha são obrigadas a enfrentar o passado, redefinir o amor e reencontrar-se uma à outra, o filme tenta, finalmente, recuperar o coração da história — uma reflexão sobre crescimento, resiliência e autodescoberta.

Mas, como em qualquer receita, não basta ter os ingredientes certos. É preciso saber misturá-los com tempo, deixar repousar a massa e encontrar o ponto certo de doçura.

Título original: Regretting You Realização: Josh Boone Elenco: Allison Williams, Mckenna Grace, Dave Franco, Mason Thames, Scott Eastwood Género: Drama / Romanc Duração: 116 minutos

ARTIGOS RELACIONADOS
The Running Man – trailer

Numa sociedade num futuro próximo, The Running Man é o programa de televisão maior audiência – uma competição mortal onde Ler +

Crítica NOVOCAINE – estreia SKyshowtime

Com uma premissa inusitada, «Novocaine» é um filme de ação imparável, que junta uma pitada de humor e momentos de Ler +

Crítica O ATENTADO DE 5 DE SETEMBRO – estreia Skyshowtime

Para melhor analisarmos e para melhor nos prepararmos para o visionamento de «September 5» («O Atentado de 5 de Setembro»), Ler +

The Naked Gun: Aonde É Que Para a Polícia?! – Corra que Liam Neeson vem aí

Orçado em US$ 42 milhões e elogiado por alguns dos mais rigorosos veículos de imprensa dos EUA, «The Naked Gun: Ler +

Alarum: Código Mortal – trailer

Scott Eastwood e Sylvester Stallone protagonizam este thriller de ação sobre uma misteriosa célula de espiões que se torna alvo Ler +

Please enable JavaScript in your browser to complete this form.

Vais receber informação sobre
futuros passatempos.