Um filme que reúne num protagonista obsessivo todo o delírio e a violência perturbadora do regime chileno de Pinochet. Uma viagem até 1978 centrada na vida miserável de Raúl Peralta, um esquemático com o espírito de uma hiena, a uma semana de um concurso de talentos que lhe pode mudar a vida ao encarnar Tony Manero, (o personagem de Travolta de «A Febre de Sábado à Noite»). Peralta anda sempre na calada em mirabolantes trapaças ao som do disco, um egocêntrico “velho e murcho” que manipula as mulheres a caírem aos seus pés, encarna a figura de Manero e dá-lhe um travo de psicopata que não olha a meios para alimentar a sua pancada. Um trajecto cómico e violento que atravessa uma sociedade corrompida por um estado opressivo com a secreta, os revolucionários e a televisão como um portal para o surreal. Destaque para o brilhante desempenho de Alfredo Castro.

Título original: Tony Manero Realização: Pablo Larraín Elenco: Alfredo Castro, Héctor Morales, Amparo Noguera Duração: 97 min. Chile, 2008

[Crítica originalmente publicada na revista Premiere, Agosto 2010]

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