“The Mother of All Lies” de Asmae El Moudir, recebeu o Prémio de Melhor Longa-Metragem. “A decisão do júri de premiar “The Mother of All Lies” decorre da criatividade e originalidade com que Asmae El Moudir escolheu contar esta história. A abordagem e a técnica narrativa criam efeitos surpreendentes que cativam e desafiam o público. Este filme destaca-se pela mistura distinta de duas linguagens distintas: a das miniaturas e a dos personagens da vida real. Ao mesmo tempo, combina também a narrativa colectiva de Marrocos com uma narrativa profundamente pessoal, oferecendo-nos um retrato único. “The Mother of All Lies” é a primeira longa-metragem de Asmae El Moudir, depois de ter realizado diversas curtas-metragens, e é com grande entusiasmo que o júri reconhece o seu talento e originalidade. Estamos ansiosas para ver mais de seu trabalho no futuro.” justifica assim o júri desta categoria composto por Joana Bértholo, Olivia Acosta e Valeriya Golovina. O júri entregou ainda uma Menção Honrosa a “The sea and its waves”, a primeira longa da dupla de realizadores Liana & Renaud.


Na categoria de curtas-metragens, o júri composto por Luisa Sequeira, Bruno Castro e Paula Miranda atribui o prémio ao filme francês “For real”, realizado por Malou Lévêque, justificando que “a realizadora criou um filme sobre os dias de hoje elevados à possibilidade de falarmos sobre o que sentimos de forma luminosa, fresca e que reforça a esperança no cinema.” A coprodução luso-brasileira “Rinha”, realizada por Rita M. Pestana, recebeu uma Menção Honrosa nesta categoria.

Na secção Travessias, composta por filmes que abordam temas como migrações, racismo e colonialismo enquanto elementos estruturais da sociedade, o Prémio foi atribuído à curta-metragem turca “Things unheard of”, realizado por Ramazan Kilic. O júri desta categoria, composto por Francisco Villalobos, Marité Nadal e Sandy Gageiro, “realça a simplicidade e a poética desta narrativa que nos transporta para uma aldeia remota, aldeia essa que se une para concretizar algo de muito belo. É uma história com enorme pendor humanista, contada com inventividade e beleza que encerra resistência e esperança num tempo de incerteza e medo”, afirma. Já “Les Chenilles” de Michelle Keserwany e Noel Keserwany receberam uma Menção Honrosa nesta categoria.

Na categoria Começar a Olhar, dedicado a filmes de escola, o galardão foi para o filme de animação “My Mother, the Sea”, de Aspasia Kazeli, uma coprodução entre a Estónia e a Grécia. Uma decisão dos elementos do júri Letícia Mendes, Iara Beleli e Luca D’Introno, que ainda entregou uma Menção Honrosa a “Anansi”, de Aude N’Guessan Forget.

O documentário “Pelo Sim Pelo Não” de Laura Andrade recebeu o Prémio Inatel, entregue exclusivamente a filmes da secção Começar a Olhar e cujas equipas criativas (realização, produção, argumento, fotografia ou montagem) integrem mulheres de nacionalidade portuguesa ou estrangeiras residentes em Portugal há pelo menos um ano.

O público desta edição do Festival foi também chamado a votar, sendo que a longa-metragem documental “The Roller, the Life, the Fight” de Elettra Bisogno e Hazem Alqaddi e a curta-metragem “As cores do luto” de Mariana Lima Mateus foram as obras mais votadas.

O Festival Olhares do Mediterrâneo continua até ao dia 7 de novembro na Cinemateca Portuguesa, com a secção Olhares da Palestina.

Este é o mais antigo festival de cinema feito por mulheres em Portugal, e é o único dedicado à cinematografia da bacia do Mediterrâneo. O Festival é um projeto do grupo Olhares do Mediterrâneo e do CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia.

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