Com um ritmo morno, «Jogo de Assassinos» entretém, mas tem dificuldades em conquistar. A história foca-se em Charlie Swift, o homem de confiança de Stan, um chefe da máfia, resolvendo problemas durante décadas. Mas, quando um chefe rival ameaça Stan e toda a equipa, Charlie torna-se o único capaz de ajustar contas.
O charme que fez com que Pierce Brosnan ganhasse o posto de James Bond continua intacto e magnetizante (embora com um sotaque que causa alguma estranheza). Contudo, tal não chega para fazer de «Jogo de Assassinos» um filme marcante. Morena Baccarin não desilude no seu desempenho, mas a química entre a atriz e Brosnan parece nunca conseguir descolar. No elenco, destaque também para James Caan, nomeado para o Óscar de Melhor Ator Secundário por «O Padrinho», que tem, neste filme, o seu último papel.
Embora com alguns twists, a realização de Philip Noyce arrisca pouco, ficando uns furos abaixo, por exemplo, de «Salt» (2010), outro filme de ação do autor, que se revelava mais apelativo. A história deste novo filme, que tem por base o romance “Gun Monkeys”, de Victor Gischler, talvez funcionasse melhor em formato de série, abrindo oportunidade para aprofundar mais as personagens e as relações entre si. Apresentada desta forma, a narrativa parece demasiado acelerada e inócua, sem consequência. A velocidade é muita, mas, quando «Jogo de Assassinos» termina, não se percebe bem, afinal, para onde é que queria ir.
Título original: Fast Charlie Realização: Philip Noyce Elenco: Pierce Brosnan, Morena Baccarin, James Caan Duração: 90 min. Estados Unidos, 2023