«A Presença» foi um de dois projectos australianos a participar no Festival de Sundance em 2020. O filme integra a cada vez mais vibrante indústria cinematográfica australiana. As notícias que vêm de down under são indicadoras de produções locais que conquistam o público e não são esporádicas. A produção também pertenceu, entre outros, a Jake Gyllenhaal e teve como produtores executivos os irmãos Russo (Os Vingadores e «Cherry»).
«A Presença» é um desconcertante drama familiar que se revela um arrepiante filme de terror no seu âmago. Edna (Robyn Nevin), a matriarca da família, desaparece de uma casa de campo nos arredores de Melbourne. O comportamento errático culmina com a chegada da sua filha (Emily Mortimer está magnética) e a neta (belo trabalho de Bella Heathcote) que tentam dar apoio à reaparecida Edna mas cedo descobrem que a casa revela nos seus corredores uma maldição de família. A estreia na realização de longas de Natalie Erika James é de tirar o chapéu e a restante equipa artística criou uma atmosfera de perigo a cada esquina do filme. As interpretações do elenco feminino são naturais e intensas, Robyn Nevin é completamente assustadora como o alvo da possessão da entidade maligna. À semelhança doutra brilhante produção australiana, «O Senhor Babadook» (2014), «A Presença» é também muito mais do um filme de terror. O filme é igualmente um estudo elevado ao cubo sobre a Alzheimer e a divergência dos laços familiares resultando no abandono dos entes mais queridos. Neste caso, a doença e a morte recusam-se a sair do seu reduto preferindo definhar na casa agarrando-se aos vivos…
Título original: Relic Realização: Natalie Erika James Elenco: Robyn Nevin, Emily Mortimer, Bella Heathcote. Duração: 89 min. Austrália/EUA/China, 2020
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https://youtu.be/XWhZDQkq0bw