A Casa de Tudor tem inspirado, ao longo dos anos, várias apostas – na televisão, no cinema e na literatura – de foco mais ou menos biográfico. «Wolf Hall» é uma delas e estreou recentemente no TVCine Edition.
Quem diria que a queda do Cardeal Wolsey (Jonathan Pryce) seria a chave para a ascensão do seu homem de confiança, Thomas Cromwell (Mark Rylance) ao poder na Inglaterra de Henrique VIII (Damian Lewis). Tudo começa porque o rei se quer separar da atual mulher, Catarina de Aragão (Joanne Whalley), para viver um romance oficial com Ana Bolena (Claire Foy) e tentar ter o ambicionado filho herdeiro; mas não conta com o apoio da Igreja.
Wolsey tem muito poder, mas, mesmo assim, a sua influência parece não ser capaz de desfazer o dilema. Com recurso à Lei e à Igreja, Henrique VIII tenta provar que foi enganado pela rainha e, como tal, livrar-se dela. Ao mesmo tempo, vai-se desenvolvendo um intenso jogo de bastidores e interesses, sendo que a atenção está totalmente concentrada na preocupação Real e não em assuntos de real preocupação. Thomas Cromwell é um dos poucos que, inicialmente, contraria esta tendência.
Todavia, uma situação trágica acaba por afetar o homem, que se encontra cada vez mais em tensão. Na sua luta pela causa do Cardeal, junto de figuras poderosas e do próprio rei, acaba por fazer muito mais por si próprio. Cada vez mais envolvido nos assuntos da corte, Cromwell tem uma progressão rápida e vai ocupando um lugar de grande destaque e influência, que marcaria a história do Reino Unido.
Saber quando parar pode ser essencial, mas com Henrique VIII todos sabemos que isso não aconteceu. Sedento de poder e enraivecido pela sua situação, o rei vai usando e abusando de todos os seus poderes. Mas de que forma Cromwell ocupou um papel nesta trajetória? Que influência teve na relação com Ana Bolena e nas determinações reais? Uma narrativa interessante de base verídica, que revela um pouco mais dos bastidores de uma história já muito conhecida e desenvolvida.