Um thriller de época que não fica na História, «Marlowe: O Caso da Loira Misteriosa» tem um elenco vistoso, mas uma narrativa que não consegue prender o espectador. A história passa-se na década de 1930 e foca-se no experiente detetive Phillip Marlowe (Liam Neeson), que é contratado por uma mulher rica de Bay City, Califórnia, para encontrar o seu ex-amante. No entanto, o caso acaba por ser muito mais do que isso.
Os filmes de mistério são um clássico do Cinema e embora não encontrem, na atualidade, o seu auge, o mistério pode ser um trunfo. Não é o caso do novo filme de Neil Jordan. A obra volta a trazer para o grande ecrã um personagem já famoso, criado por Raymond Chandler, em “The Big Sleep”, lançado em 1939. Depois disso, as aventuras de Philip Marlowe já deram origem a vários filmes e séries, tendo sido interpretado por atores como Humphrey Bogart, Dick Powell, James Garner e Elliott Gould. Contudo, esta nova toma não faz jus à herança da personagem.
São vários os nomes de proa que fazem parte do elenco de «Marlowe: O Caso da Loira Misteriosa», como Liam Neeson, Diane Kruger, Jessica Lange e até a portuguesa Daniela Melchior. Contudo, nenhum ator brilha particularmente ao longo do filme, que apresenta, contudo, um bom trabalho de fotografia, por Xavi Giménez. Neeson já tem uma larga experiência em filmes de ação, mas dificilmente Marlowe irá entrar na galeria das suas personagens marcantes.
«Marlowe: O Caso da Loira Misterioso» não é adaptado de uma obra de Chandler, mas a partir do romance “The Black-Eyed Blonde”, escrito pelo romancista irlandês John Banville, sob o pseudónimo Benjamin Black. A nova aventura de Marlowe acaba por se revelar um pouco sensaborona, parecendo não arrancar a partir da premissa apresentada. No fundo, uma oportunidade perdida para reavivar o género dos filmes noir.
Título Original: Marlowe Realização: Neil Jordan Elenco: Liam Neeson, Diane Kruger, Jessica Lange, Jessica Lange, Daniela Melchior, Danny Huston, Alan Cumming, Colm Meaney Duração: 109 min. Irlanda/Espanha/França, 2023
[Texto publicado originalmente na Revista Metropolis nº95, Junho 2023]
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