Chega amanhã ao streaming do Disney+ «Bless the Harts», uma animação que se distingue pelo seu elenco de vozes. Entre o profano e o sagrado, a série tenta pautar pela diferença num universo já bem populado de séries. Será que consegue?

Admirada pela crítica e pouco convincente para a audiência em geral, «Bless the Harts» tem lutado para conquistar o seu espaço no canal original, a FOX, onde se distinguem êxitos incontornáveis de animação. Imagine-se o peso da responsabilidade de estrelar nos icónicos domingos de animação, na companhia de «Os Simpsons» e «Bob’s Burgers», entre outros. O trabalho, apesar de difícil, tem sido meritório e a série tem vindo a conquistar, desde 2019, um nicho razoável de espectadores. As piadas de concretização simples e os atores por detrás das personagens contribuem para o ritmo consistente da narrativa, ainda que os 20 minutos por episódio nem sempre sejam fáceis de passar.

Bless the Harts

Kristen Wiig, Maya Rudolph, Jillian Bell, Ike Barinholtz e Kumail Nanjiani são os atores responsáveis pela dobragem das personagens principais, que vão desde o núcleo duro dos Hart a Jesus. Sim, o filho do Criador faz uma “perninha” em «Bless the Harts» e é, frequentemente, a voz da razão para Jenny Hart (Kristen Wiig). A mítica frase “o que faria Jesus?” sofre uma reinvenção para “o que Jesus acha que Jenny deve fazer”. E, a maior parte das vezes, é o oposto do que ela pensava inicialmente.

A dinâmica familiar é simples e uma caricatura daquele que é, por variadas vezes, o centro da ação de dramas televisivos. Wayne Edwards (Ike Barinholtz) é um homem de físico duro, mas de coração mole. A namorar com Jenny, faz as vontades da mãe dela, Betty (Maya Rudolph), e tenta conquistar a adolescente e talentosa Violet (Jillian Bell). As mulheres da família, de feitio forte, nem sempre encontram o equilíbrio certo entre a vida pessoal e os outros elementos da sua rotina. Do emprego à vocação, passando ainda por dilemas relacionados com o tabaco ou dinheiro.

Embora seja uma comédia, a trama aborda temas como a objetificação das mulheres, a corrupção até nas questões mais simples, a parentalidade e as metas profissionais, entre outros. É certo que as conversas mais sérias quebram um pouco o ritmo da parte fun da narrativa, mas atribuem-lhe também uma maior densidade. E aquelas que poderiam ser as personagens-tipo de uma animação em loop, ganham uma maior complexidade e interesse para o espectador.

Uma viagem televisiva que não encontrou consenso além-fronteiras, e dificilmente o encontrará por cá. Esta é uma criação de uma dupla no feminino: Emily Spivey (Saturday Night Live, Up All Night) e Christy Stratton (King of the Hill, Modern Family). A partir de amanhã no Disney+.

(Poucas horas após a redação desta review, foi divulgada a sorte da série: a segunda temporada, atualmente no ar nos EUA, será a última)

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