Depois de atrasos provocados pela pandemia de Covid-19, «WandaVision» abre as portas do Disney+ ao Marvel Cinematic Universe. No entanto, a série revela um lado “inesperado”, mas nem por isso menos bem conseguido.

Pouco se sabia sobre «WandaVision», a série do Disney+ que dá continuidade ao romance entre Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Vision (Paul Bettany). Apenas a premissa de que integrava o Marvel Cinematic Universe (MCU) e iria retratar uma realidade “paralela” que se segue aos acontecimentos de «Vingadores: Endgame» (2019) e terá eventualmente ligação, assim como acontece sempre no MCU, aos próximos desenvolvimentos no cinema. Como tal, não se deixem desencorajar pelo facto de ser uma série inesperada e peculiar.

Wandavision

«WandaVision» é uma bonita homenagem às sitcoms que marcaram a história da televisão, ainda que muitas referências possam ter maior impacto para o público norte-americano. A viagem começa nos anos 50 com a inspiração de «I Love Lucy» e «The Dick Van Dyke Show», passando depois para a década de 60, ao jeito de «Bewitched» e «I Dream of Jeannie»… e a chegada da cor ao ecrã. Um argumento quase “ingénuo”, cheio de “truques” próprios das narrativas daquela época, menos elaborados, mas com um twist digno de destaque: a modernidade do MCU.

As opiniões, como seria de esperar, não são unânimes. Se há quem elogie a ousadia de criar uma história de heróis nestes moldes, outros mostram-se desiludidos com o tipo de série.

O lado concetual de «WandaVision» é soberbo: a Marvel/Disney+ teve a capacidade de se reinventar e, desafiando as expetativas da crítica e dos seus fiéis seguidores, ousou criar uma série fora da caixa, inesperada e uma autêntica homenagem à televisão. De uma Wanda dona de casa às referências mais ou menos subtis ao MCU (ex. Hydra), a nova aposta do Disney+ concretiza o conceito sem se esquecer da ideia que lhe deu origem. Um equilíbrio nem sempre fácil de fazer.

Wandavision

«WandaVision» estreou-se com um episódio duplo, que proporcionou uma experiência de primeiro “estranha-se” depois “entranha-se”. Ainda não sabemos para onde esta série nos leva, ou qual o desenlace desta narrativa inusitada, mas a viagem promete desvendar ainda mais segredos. E, ao mesmo tempo, memórias do tempo em que a televisão era um mundo bem menos complexo e colorido… mas igualmente mágico.

No elenco destacam-se Kathryn Hahn, como a intrometida e prestável vizinha Agnes, Kat Dennings, Teyonah Parris, Randall Park, Emma Caulfield Ford, Asif Ali e Fred Melamed, entre muitos outros. Recordamos não estava previsto ser «WandaVision» a introduzir o MCU no Disney+, mas sim «The Falcon and the Winter Soldier». É caso para dizer: e tudo o Covid mudou…

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