A série produzida por M. Night Shyamalan para o Apple TV+ está de regresso hoje para uma segunda temporada. A Metropolis diz-lhe o que esperar de «Servant», um dos mistérios dark mais entusiasmantes da atualidade.

O tom de «Servant» muda na season 2, mas a música promete continuar a agradar. Depois de uma temporada de grande mistério, a trama produzida por M. Night Shyamalan, e criada por Tony Basgallop, eleva a intensidade e promete mais ação e desenvolvimento da história. Uma viagem pouco recomendada a cardíacos.

Servant

Lauren Ambrose (Sete Palmos de Terra), Toby Kebbell (Black Mirror) e Rupert Grint (Harry Potter) são um dos “triunviratos” do momento. Com interpretações bastante convincentes, os atores fortalecem o argumento e a realização bem conseguida de Shyamalan, Lisa Brühlmann e companhia. A relação entre o conceito e a sua concretização é orgânica e, apesar dos episódios curtos, a dinâmica é intensa e não enfraquece a história. Já a tensão volta a ser uma constante, com sons nem sempre agradáveis a acompanhar, numa experiência que envolve (quase) terror, comédia e muito suspense.

A nova temporada tem início logo a seguir aos acontecimentos da season finale. Leanne (Nell Tiger Free, que em tempos interpretou a Myrcella de GOT) desapareceu com a “família” e o bebé Jericho, para desespero dos Turner. A jovem ama misteriosa não foi capaz de aceitar o fim da sua ilusão relativamente a Dorothy (Lauren Ambrose), cuja realidade estava longe de corresponder ao que via na TV, e o clímax foi uma revelação longe de ser digna de um conto de fadas. Pelo contrário, Sean (Toby Kebbell) mostrou-se, com o evoluir da narrativa, mas empático do que aparentava.

Servant

Com o volume de violência mais alto, «Servant» brinca na segunda temporada com “deus” e o “diabo” para desmistificar a camada que ainda se mantém por revelar, ao mesmo tempo que torna mais claras outras facetas de Dorothy. A forma como o marido e o irmão — normalmente de copo na mão, é certo — lidam com a transformação, que mais não é do que o desvendar de algo que a season 1 antecipou, adensa a imprevisibilidade da falsa normalidade das boas famílias.

Já se sabe que pouco se pode dizer sobre este tipo de séries, visto que coloca em risco o efeito surpresa para quem assiste pela primeira vez. No entanto, uma coisa é certa: «Servant» não é apenas um golpe de marketing à boleia de Shyamalan. Trata-se de uma narrativa sólida, bem enquadrada e com um elenco de luxo, que se afirma como um mistério imprevisível e sedutor. Descobrir os fantasmas que se escondem no sótão dos Turner é um convite irrecusável.

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