Hoje, pelas 22h10, o AMC Portugal estreia a sua nova aposta: «The Lazarus Project». Um drama apoiado numa batalha intemporal, para evitar o fim do mundo. E se, depois do fim, pudéssemos simplesmente começar outra vez?

O promissor ator inglês Paapa Essiedu, que deu nas vistas sobretudo graças a «I May Destroy You» [segunda melhor série do ano para a Metropolis em 2020], é o protagonista da mais recente aposta do canal AMC em Portugal. George (Paapa Essiedu) é um homem aparentemente comum, focado no lançamento de uma app que irá revolucionar o mundo económico e a sua própria vida. Quando consegue o empréstimo do banco nem quer acreditar, até que o perde e tem de repetir o processo todo outra vez. Sem perceber muito bem como, George viajou no tempo.

The Lazarus Project

À partida, o conceito é confuso para a personagem e para a audiência, que tenta perceber o que se passou ou motivou o acontecimento. Sem máquinas nem mecanismos super complexos, como pode George ter voltado, conscientemente, ao passado?

O surgimento de uma organização ultrassecreta começa a dar as primeiras respostas, com o público a tomar conhecimento do “Lazarus Project” e da sua dinâmica: um grupo de pessoas nas sombras trabalha ativamente para salvar o mundo. Quando este termina, viajam ao último save e tentam mudar a sorte da população mundial. Como no caso da Covid-19: de que outra forma terias uma vacina em nove meses? Questiona, a certa altura, Archie (Anjli Mohindra).

«The Lazarus Project» é uma série que tenta equilibrar o seu lado de ficção científica com um drama muito humano, ligado a George e aos seus pontos fracos. Perante tanto poder, será que um homem comum e mal preparado terá a capacidade de torcer pelo bem comum? Ou o natural será lutar por causa própria? A série requer o melhor de Paapa Essiedu, que tem de vivenciar uma multiplicidade de emoções num só episódio, mas também dos atores que contracenam com ele, naturalmente. Feito à medida para televisão, com informação condensada em pacotes de 40 minutos, «The Lazarus Project» trabalha muito bem os ganchos entre episódios, nomeadamente no que diz respeito ao final, o denominado twist que procura manter o público atrás de respostas.

Sem laivos particularmente criativos ou surpreendentes, a série cumpre o seu propósito e gere muito bem até onde quer ir em cada momento, tendo cuidado com o que revela e esconde. O desafio é perceber se o drama tem pernas para andar (a renovação dá a entender que sim) e, numa segunda fase, se não se esgota na punch line da primeira temporada.

O elenco integra também Caroline Quentin, Tom Burke, Lorn Macdonald, Lukas Loughran, Rudi Dharmalingam, Salóme Gunnarsdóttir e Vinette Robinson, entre outros.

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