OURO NEGRO, primeira longa-metragem de Takashi Sugimoto, realizador japonês radicado em Portugal, venceu o Prémio Especial do Júri na secção competitiva Doc@PÖFF do Tallinn Black Nights Film Festival — PÖFF, na Estónia.
O documentário, produzido por Uma Pedra no Sapato, teve a sua estreia mundial no PÖFF e retrata uma zona rural do sul profundo da Índia onde a poderosa divindade hindu Balaji exerce uma forte influência sobre Saraswathi. Como muitas mulheres da sua aldeia, Saraswathi penteia os longos cabelos escuros das suas jovens filhas num ritual diário. O excesso de cabelo ganha valor monetário quando os Narikurava, uma tribo marginal de caçadores de pássaros, visitam as aldeias para recolher cabelo em troca de objectos domésticos.
Ouro Negro é, então, cabelo humano. Um dia, Saraswathi decide oferecer o seu precioso cabelo comprido à divindade Balaji, num templo, para realizar um desejo. Uma vez mais, alguém, algures no mundo, lucra com o seu acto espiritual.
Ouro Negro tem apoio do ICA e da RTP.
TAKASHI SUGIMOTO (1975, Japão) vive no Ocidente há mais de 30 anos. Takashi não é pragmático, mas entende que estar aberto ao diálogo é muito mais importante do que qualquer dogma, tradição cultural específica ou crença pessoal. Estudou fotografia em Itália, no Istituto Europeo di Design, em Turim, estagiou na agência fotográfica Magnum, em Paris, e tem uma pós-graduação em dramaturgia e realização pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Foi seleccionado para os “100 jovens artistas italianos — FURLA per l’arte” em 2000. Em 2016 estreou a curta-metragem Live Tropical Fish no IndieLisboa. É membro da Associação Portuguesa de Realizadores e fez parte do júri da secção Prémio Revelação do Doclisboa em 2021. Ouro Negro é a sua primeira longa-metragem documental.
UMA PEDRA NO SAPATO é uma produtora independente sediada em Lisboa, fundada em 2008 pela realizadora Filipa Reis. As mais recentes produções incluem GRAND TOUR de Miguel Gomes (Cannes Competição Oficial e Prémio de Melhor Realizador, 2024), BAAN de Leonor Teles (Locarno Competição 2023), LÉGUA de Filipa Reis e João Miller Guerra (Quinzena dos Cineastas Cannes 2023), GREAT YARMOUTH de Marco Martins (San Sebastián Competição 2022) e DIÁRIOS DE OTSOGA de Miguel Gomes e Maureeen Fazendeiro (Quinzena dos Realizadores Cannes 2021), com destaque para o prémio Urso de Ouro na Berlinale Shorts 2016 por BALADA DE UM BATRÁQUIO de Leonor Teles.