Page 145 - Revista Metropolis nº122
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nós consideramos um conflito, entreter, é provocar uma reação projetos um trabalho em sala de
se calhar hoje em dia podemos emotiva no espectador, idealmente escrita com uma grande maioria
analisar que sim, não enviámos levando-o a refletir sobre o mundo de argumentistas mulheres,
tropas e não nos envolvemos em que vive. Há, claro, paralelos neste caso eu, a Raquel Palermo
belicamente no conflito, mas que se podem traçar entre eventos e a Cláudia Clemente. Tivemos a
do ponto de vista diplomático e que ocorreram há 80 anos, e coordenação da escrita por parte
de espaço geopolítico, Portugal eventos que se estão a passar do Mário Cunha, e a participação
serviu de palco para muito do hoje em dia, num momento em de dois staff writers, o Rafael
que chamamos de “suspense da que há divisão e discórdia, mas do Carmo Afonso e o Martim
Segunda Guerra Mundial”. o ideal é que o espectador reflita Baginha Cardoso, que trabalharam
sobre o que se passa em seu redor, em pesquisa e também na redação
O comércio de volfrâmio, a nomeadamente, em Portugal, na de algumas cenas. E assim todos
política de Salazar e episódios Europa, e no mundo. fazíamos ping-pong de ideias.
como o afundamento do
bacalhoeiro Maria da A série tem quatro Por outro lado, o produtor,
Glória são retratados como argumentistas. Como foi Pablo Iraola, acompanhou todo
momentos-chave. Até que gerir uma sala de escrita a o processo de escrita, tendo
ponto quis provocar reflexão várias mãos para dar coesão questionado muitas vezes a
política e histórica ao a tantas personagens e linhas natureza das personagens e
espectador de hoje? narrativas? narrativas. Um dos montadores
Pandora da Cunha Telles: Pandora da Cunha Telles: Temos que trabalha connosco, o Carlos
O objetivo da ficção, além de tentado implementar nos nossos Madaleno, funcionou como story
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