Page 150 - Revista Metropolis nº122
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CALL MY AGENT BERLIN
Nascida como adaptação de «Dix Agent Berlin» é assumir uma
pour cent» – o fenómeno fran- identidade própria. Berlim não
cês que mostrou o dia a dia de serve só de “postal”: entra no
Agentes em modo uma agência parisiense –, «Call ADN das decisões, dos silêncios
bombeiro: a cada cliente My Agent Berlin» segue a linha e da forma como se negoceia. A
salvo, um novo incêndio de outras versões internacio- série trabalha bem o “microcaos”
começa. «Call My Agent nais e muda o código-postal e o profissional: cláusulas ambí-
Berlin», no Disney+, pulso: em Berlim, a agência de guas, agendas que não batem
prefere humor seco e talentos Stern tenta manter-se certo, egos que exigem mimo e
sangue-frio ao glamour, à tona, gerindo clientes reais e ação. As participações especiais
numa comédia de nervos fictícios, egos inflamados e cri- não distraem nem viram truque;
em plena cidade de ses de imagem numa cadência de aparecem para servir o conflito,
Berlim. humor seco e controlo de danos. não para o engolir. E o elenco
A nova premissa desloca o foco fixa a bússola: agentes que não
do encanto do meio para a sobre- são cínicos por defeito, mas por
SARA QUELHAS vivência do negócio: cada episó- sobrevivência, com química sufi-
dio parte de um imprevisto que ciente para que a tensão interna
ameaça um contrato, a reputação da agência conte tanto como as
ou ambos. “trapalhadas” dos clientes.
O principal trunfo de «Call My As aparições de figuras reais dão
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