Page 142 - Revista Metropolis nº122
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por isso, não adulterámos esses agora têm o Greene, a Black”… ela todos os edifícios que filmámos
elementos, o que fizemos foi criar compara uma escritora como a e aquilo que recriámos em VFX
personagens fictícias dentro deste Miss Black a Graham Greene, que (efeitos digitais) corresponde a
Universo Histórico. nós sabíamos que era um agente um Modernismo. Mesmo que
do MI6 durante a Segunda Guerra houvesse uma estátua de 1857,
Efetivamente, Garbo esteve em Mundial, e que passou por Lisboa. se se integrasse no espírito
Portugal e foi nas bibliotecas de É todo esse universo de realismo modernista português, entrava
Lisboa que criou a sua rede fictícia histórico que nós misturámos com dentro do universo da época, e por
de 27 espiões duplos. Nós não a ficção para criar um universo isso poderia ser filmado.
temos a personagem de Garbo que se sentisse o mais próximo da
na série, mas temos sim todo o nossa história. O que era importante era que o
universo de espiões que foram universo visual dos parques, das
liderados por escritores a partir Mas tentámos, para isso, estátuas, dos fatos e vestidos,
de 1942. Este universo muito não só em relação à história dos carros e que o ambiente
próximo da ficção, que os Aliados narrativa, mas também para a da narrativa traduzisse uma
constituíram para criar um contra- história visual. Isto é, a maneira sensação de época histórica o
ataque face à sua perda de posição como as atrizes estão vestidas mais aproximado possível, mas
no xadrez da Segunda Guerra foi é tipicamente anos 40, mas que respirasse um universo
aquilo que nos influenciou. Por tentámos que fosse o mais ficcional contemporâneo. Esse foi
isso, a própria Rose diz: “Eu não prático possível dentro desse o desafio. A premissa é histórica,
percebo como é que os ingleses universo dos anos 40; também o universo é histórico, mas a
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