A METROPOLIS já viu os cinco primeiros episódios da Parte 4 de uma das séries mais populares da atualidade. O regresso está marcado para amanhã, dia 3.

A série espanhola «La Casa de Papel» chegou com estrondo ao catálogo da Netflix no final de 2017. Muitos perguntar-se-iam quanto tempo iria durar o fenómeno, mas, mais de dois anos depois, ainda não se vê fim à vista. O hype em torno do original criado por Álex Pina para a Antena 3 de Espanha mantém-se e nem o hiato acalma a dedicação dos fãs à história do Professor (Álvaro Morte) e companhia. Note-se a ansiedade que já se vê pelas redes sociais – e, em particular, na minha caixa de mensagens depois de os meus amigos perceberem que estava a ver já a Parte 4, que estreia amanhã na sua totalidade.

Para quem procura saber a resposta à pergunta “será que Nairobi (Alba Flores) sobreviveu?”, terá de esperar mais umas horas. É este o grande mistério em torno da nova temporada de episódios, uma vez que já se percebeu que em «La Casa de Papel» nenhuma personagem está a salvo. O perigo constante em torno dos envolvidos, nos quais os espectadores já investiram muito tempo e empatia, é mais um dos elementos de atração à série, que já perdeu, por exemplo, Berlín (Pedro Alonso) – agora só presente em flashbacks – e Oslo (Roberto Garcia).

Melhor de saúde está Lisboa (Itziar Ituño), mas isso não significa que tenha a vida facilitada. O clima de tensão está instalado – não demora, aliás, a termos um grupo outrora unido com armas apontadas entre si – e a ação é uma viagem incessante repleta de adrenalina. Será difícil não ver os oito episódios de rajada, já que a “quarentena” coloca muita gente em casa e o final de cada capítulo faz imediatamente clicar em “ver seguinte”.

A certa altura, recorda-se uma conversa de Berlín com o Professor, onde este garante que a traição depende do “dilema”. É possível conceber nunca trair a lealdade de alguém, mas, perante o dilema certeiro, a decisão pode inverter-se. Esta ideia lança os dados em relação àquilo que será a storyline dos próximos episódios – de forma não necessariamente literal, mas na aceção de que todos são corruptíveis, caso seja atingido o seu derradeiro ponto fraco. Cada momento é uma incerteza, e aí está mais um fator caraterístico em «La Casa de Papel», que volta a ter os ingredientes certos em quantidades exageradas, o que provoca um caos contante e uma sensação de perigo ininterrupta.

Os novos episódios não desiludem os habituais seguidores da série. Além de manter o estilo que a carateriza, «La Casa de Papel» continua também a ter a capacidade de surpreender e de arranjar novos conflitos, para assim manter o interesse em torno de uma narrativa que, sem este volume de tragédia e imprevistos, seria resolvida muito mais depressa.

Também dois anos depois do meu primeiro artigo sobre esta série, mantenho o que lá escrevi: «La Casa de Papel» não é a melhor série da atualidade, e muito menos de todo o sempre. Nem teria que o ser. No entanto, isso não faz da trama uma história fraca ou uma série sem qualidade. «La Casa de Papel» tem uma capacidade notável – e isso ninguém lhe pode negar: agarra as pessoas de uma maneira que eu só me lembro de ver, mais recentemente, em «A Guerra dos Tronos», «Breaking Bad» e «Stranger Things». Há séries que o tentam alcançar temporadas a fio, e possivelmente com mais meios orçamentais e de marketing ao dispor, e não conseguem.

Se ainda não perceberam o fenómeno, os números falam por si. Quando a Parte 3 estreou em julho, cerca de 24 milhões de contas Netflix assistiram a todos os episódios nos primeiros sete dias após o lançamento. Atendendo ao paradigma atual, possivelmente esse recorde vai ser batido já na próxima semana. Sem surpresas, a série já foi renovada para a quinta e sexta temporadas.

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