Esta prequela, realizada por Rupert Wyatt, foi uma das surpresas do verão 2011. As expectativas eram baixas, principalmente depois dos estragos de «O Planeta dos Macacos» (2001) de Tim Burton. Este filme é prodigioso do ponto de vista técnico, a performance capture está perfeita. Neste novo paradigma de cinema a atenção debruça-se mais nos personagens do que na procura de uma elaborada sequência de acção. O núcleo da obra é sustentado através de uma interpretação extraordinária de Andy Serkis (César), ficamos rendidos ao seu desempenho por detrás do digital. Ele penetra na alma do personagem digital relembrado, ao espectador, que o centro emocional da representação só pode vir do espirito do actor. A evolução do cinema atinge neste filme um impressionante fotorrealismo, e que não se preocupa apenas em criar personagens digitais com alto pormenor. A câmara está atenta às emoções, às expressões faciais e sobretudo ao olhar que revela todos os sentimentos. A comunicação entre o real e o digital não tem soluços, a narrativa dramática retrata uma história de amor paterno, uma perspicaz observação da crueldade do homem perante os animais e a revolta de quem é oprimido. O enredo está no cruzamento do fim de uma civilização e o início de outra revelando os acontecimentos que originaram o conceito de O Planeta dos Macacos, na base da obra de 1968.
Título Original: Rise of the Planet of the Apes Realização: Rupert Wyatt Elenco: James Franco, Andy Serkis, Freida Pinto, John Lithgow, Brian Cox, David Oyelowo, Terry Notary Duração: 105 min. EUA/Reino Unido/Canadá, 2011
[Crítica publicada originalmente na revista Premiere em Dezembro de 2011]

