Page 122 - Revista Metropolis nº122

KING & CONQUEROR

«King & Conqueror», da HBO Max, nho que conduz inevitavelmente à
abre com a promessa de revisitar Batalha de Hastings.
um dos momentos fundadores da
Entre a ambição de Europa medieval, a partir de uma A narrativa de «King & Conqueror»
dois líderes e o destino rivalidade que marcou para sem- desenvolve-se em torno dos meses
de uma nação, ergue- pre a história inglesa. No centro da que antecedem 1066, quando a
se uma disputa que narrativa estão Harold Godwin- morte de Eduardo (Eddie Marsan)
mudaria para sempre o son (James Norton) e William da abre uma disputa pela sucessão. A
rosto de Inglaterra e da Normandia (Nikolaj Coster-Wal- série constrói este contexto com
Europa medieval. «King dau), retratados não apenas como ritmo calculado, alternando en-
& Conqueror», recria comandantes de exércitos, mas tre a Inglaterra anglo-saxónica e
o choque entre poder, como homens feitos de contra- a Normandia, e revela desde cedo
lealdade e memória dições: divididos entre ambição, como Harold e William, mais do
histórica. lealdade e fragilidades – que nas- que adversários políticos, são ho-
cem muitas vezes dentro da pró- mens moldados por responsabili-
SARA QUELHAS pria família. Em vez de se limitar à dades familiares, ambições e pres-
grandiosidade das batalhas ou ao sões religiosas. É neste equilíbrio
espetáculo visual, a série aposta entre a intriga política e a vulne-
na dimensão humana do confron- rabilidade íntima que a produção
to, revelando dilemas íntimos que encontra o seu fôlego dramático.
dão densidade emocional ao cami-

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