Page 106 - Revista Metropolis nº122
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MEMÓRIAS DE UMA GUEIXA
gens é muito acessível. Conseguem-se mes passam também de uma certa dência de nos contratarem para deter-
ultrapassar barreiras que antes eram forma a serem seus? minado género de filme. As pessoas
intransponíveis e que impediam muita Dion Beebe: Tem sempre um grande gostam de nos manter no mesmo re-
gente de fazer filmes ou de criar ima- significado trabalhar mais do que uma gisto, para melhor identificar o teu tra-
gens. Mas acredito que se fores um jo- vez com o mesmo realizador. Desenvol- balho. Mas eu não quis que isso aconte-
vem diretor de fotografia, tens de com- vemos uma linguagem, compreende- cesse. Se fizer um determinado tipo de
preender como funcionam todas essas mos melhor as nuances da sua forma de filme, tento que o projeto seguinte seja
ferramentas. Não deves escolher neces- contar uma história. Ficamos mais bem diferente. Para não me deixar aprisionar
sariamente a forma mais fácil ou mais preparados para os desafios técnicos no tipo de filmes que a indústria quer
simples de fazer um filme. Hoje temos que se nos colocam. Tudo isto permite que faça. Experimentar coisas novas é
uma gama tão extraordinária de ferra- que desenvolvamos em conjunto a lin- importante para mim. E vai criando no-
mentas à nossa disposição, mas temos guagem do filme. Eu aprendi tanto a tra- vos desafios. Fazer um filme como «A Pe-
de aprender a usá-las. balhar com o Michael Mann, com a Jane quena Sereia» foi para mim entrar num
Campion, com o Rob Marshall. universo completamente diferente. Um
Já trabalhou várias vezes com realiza- musical debaixo de água? OK, vamos a
dores como Rob Marshall ou Michael Como é que foi penetrar no universo isso.
Mann. Quando constrói uma relação da Disney, com «A Pequena Sereia»?
pessoal e artística como essas, os fil- Dion Beebe: Os produtores têm a ten- Já fez vídeos musicais com Rihanna
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