Page 90 - Revista Metropolis nº118
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DEVON DEWITT
Devon emerge em «Sirens» como revela-se mais do que uma mera cunstâncias, Devon é um símbolo
uma personagem complexa e cheia espectadora da manipulação à vol- de resiliência firme. Na sua jorna-
de nuances, cuja vulnerabilidade ta da irmã. Ela personifica a luta da, mostra como o amor pode ser
esconde uma força interior sur- pela autonomia emocional e pela tanto uma âncora como uma fonte
preendente. É ela quem dá início preservação da família. A vontade de dor, e como a verdadeira força
à viagem emotiva que está no cen- de salvar Simone reflete o conflito reside na capacidade de enfrentar
tro da série, ao tentar proteger a interno entre o desejo de a proteger verdades incómodas. A protagonis-
irmã Simone do poder avassalador e o reconhecimento das limitações ta convida a refletir sobre a capa-
que Michaela Kell exerce. A sua humanas, um dilema que adiciona cidade de romper com influências
presença oferece um contraponto profundidade psicológica à perso- tóxicas, demonstrando que, mes-
essencial ao ambiente opressor da nagem. Devon personifica, assim, a mo nas situações mais sombrias,
mansão Kell, encarnando a voz da tensão entre fragilidade e determi- há sempre espaço para esperança
razão e do afeto genuíno, ainda que nação perante a ameaça permanen- e recomeços. Devon é, por isso, um
atormentada pelas suas dúvidas e te e aparentemente inquebrantável pilar emocional fundamental em
traumas. do poder e da traição. «Sirens», cuja humanidade e com-
plexidade enriquecem toda a tra-
Ao longo de cinco episódios, Devon Mais do que uma vítima das cir- ma.
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