A minissérie germano-dinamarquesa O Dinheiro dos Outros, criada por Jan Schomburg e realizada por Dustin Loose, estreia na Filmin, em exclusivo, a 11 de novembro.

Esta é a história da maior fraude fiscal da história da Europa e de como duas mulheres lutaram para lhe pôr fim. Um thriller político baseado em eventos reais que já é a série alemã do ano.

Uma rede criminosa de ricos investidores, banqueiros e advogados orquestrou um esquema de fraude fiscal de 146 mil milhões de euros em toda a Europa, tornando-se o maior roubo financeiro do continente aos contribuintes.

Composto por 8 episódios de cerca de 45 minutos cada. Inspirada em factos verídicos, foi apresentada na secção Panorama do Festival de Cinema de Berlim — um momento especial para o criador, Schomburg, cujo primeiro filme, Above Us Only Sky, foi exibido na mesma secção da Berlinale em 2011.

A série adapta o que ficou conhecido como “o maior roubo fiscal da história europeia”. Uma rede criminosa de investidores ricos, banqueiros e advogados orquestrou um esquema de fraude fiscal no valor de 146 mil milhões de euros em toda a Europa, conhecido como o escândalo dos arquivos Cum-Ex.

Actriz: Helle Fagralid (Caroline Ivarsson)

O caso real

O escândalo Cum-Ex foi uma das maiores fraudes fiscais da Europa. A explicação simplificada que costuma ser dada a quem não está familiarizado com o caso é “um pouco como se uns pais reclamassem um subsídio familiar para dois filhos quando só têm um”.

Tudo girava em torno dos dividendos — a parte dos lucros que uma empresa distribui pelos seus acionistas. Quando se paga um dividendo, os governos cobram um imposto sobre esse rendimento para financiar serviços públicos. O problema surgiu quando bancos e advogados descobriram uma forma de enganar o sistema: compravam e vendiam ações rapidamente, antes e depois do pagamento dos dividendos, criando confusão sobre quem era o verdadeiro proprietário no momento do pagamento. Assim, conseguiam pedir ao Estado o reembolso do imposto várias vezes pelo mesmo dividendo, embora este só tivesse sido pago uma única vez. Desta forma, arrecadaram milhares de milhões de euros que nunca lhes pertenciam, afetando gravemente as receitas públicas.

O esquema foi revelado graças a investigações jornalísticas e deu origem a processos judiciais em vários países, levando também a reformas legais para impedir que volte a acontecer.

A equipa da série sabia desde o início que não queria romantizar o crime nem transformar os protagonistas em heróis ou lendas do mundo financeiro. A realidade não é tão glamorosa como se poderia pensar, explica Loose. Quando investigámos a fundo os escritórios e bancos de Frankfurt, percebemos que os interiores eram muito tristes. Na Alemanha não existe nenhum ‘Lobo de Wall Street’ — não há consumo de cocaína nem festas com prostitutas. Tudo é incrivelmente eficiente e seco. Trabalham, voltam para as suas casas kitsch, conduzem carros aborrecidos, e é isso. Por isso achámos que tínhamos de ser um pouco mais ousados, caso contrário ninguém acreditaria em quão desoladores eram, na verdade, os ambientes que inspiraram a série.

Ainda assim, admite que decidiram aumentar o dinamismo para dar mais ritmo à narrativa, apresentada sob uma perspetiva diferente dos habituais excessos dos thrillers financeiros.

Schomburg acrescenta que o que mais o intrigava era o vazio que via nestes comportamentos: Perguntava-me sempre: porquê? Já têm tanto dinheiro. Depois ganham ainda mais e não fazem nada com ele. Limitam-se a depositá-lo em contas bancárias.

O Dinheiro dos Outros, tem estreia exclusiva na plataforma a 11 de novembro.

Foto: ©__X_Filme_Creative_Pool_GmbH_True_Content_Entertainment_ApS_EPO_Film_ZDF_DR_Frederic_Batier

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