Como o antigo adversário soviético já não é mais do que uma memória, em «007 – O Amanhã Nunca Morre» James Bond é obrigado a enfrentar um adversário bem mais mundano mas nem por isso menos perigoso. Depois de uma movimentada e explosiva sequência inicial, Bond é encarregado de uma perigosa missão onde tem cerca de 48 horas para frustrar os planos megalómanos de um grande empresário da comunicação social que quase desencadeia um conflito armado entre a Grã-Bretanha e a China só para poder fazer a cobertura exclusiva dos acontecimentos. Das montanhas da Rússia aos mares da China, passando por Hamburgo e Saigão, Bond vai viver uma série de atribuladas peripécias onde exibe sempre a sua habitual fleuma e sentido de humor deixando atrás de si um rasto de caos e destruição e alguns corações destroçados. Neste filme, que é mais uma vez protagonizado por Pierce Brosnan, Bond tem uma parceira, uma espia chinesa, interpretada por Michelle Yeoh, que se revela tão mortífera e eficaz quanto o nosso herói. Se bem que argumento não seja tão coeso e imaginativo quanto o de outros capítulos e de se notar que o «007 – O Amanhã Nunca Morre» tem um excesso de sequências feitas exclusivamente a pensar na publicidade de produtos variados, este décimo-oitavo Bond provou que a série estava longe do seu fim, apresentando um vigor renovado e um sempre infalível sentido de espectáculo.
Título original: Tomorrow Never Dies Realização: Roger Spottiswoode Elenco: Pierce Brosnan, Jonathan Pryce, Michelle Yeoh, Teri Hatcher, Joe Don Baker, Götz Otto, Ricky Jay, Judi Dench, Desmond Llewelyn, Samantha Bond, Geoffrey Palmer, Colin Salmon, Vincent Schiavelli, Cecilie Thomsen. Duração: 119 min. EUA/Reino Unido, 1997
Tema musical: “Tomorrow Never Dies” – interpretação e letra de Sheryl Crow, produção de Mitchell Froom
[Texto originalmente publicado na revista Metropolis nº2, Outubro 2012]