Iris (Laure Calamy) é uma dentista com uma agenda cheia e mãe de duas filhas. O seu marido, Stéphane (Vincent Elbaz), é um pai super presente, mas um verdadeiro workaholic. Numa relação com muitos anos, tudo parece estar bem, mas existe uma questão: a intimidade há muito que deixou de existir entre o casal. É nesse momento que Iris decide seguir o conselho de uma estranha, sobre a felicidade para alguém que está neste tipo de crise: arranjar um amante pode ser a salvação para este casamento. No entanto, depois de instalar uma aplicação de encontros, uma caixa de Pandora será aberta e o caos instala-se. Mas será este caos necessário?

Em «Iris e os Homens», Caroline Vignal revisita o universo feminino depois de «O Meu Burro, o Meu Amante e Eu» ou «Les Autres Filles», e brinda-nos com uma história certamente inspirada na vida de pessoas que, numa relação longa, algures no tempo se perderam de si enquanto mulheres e decidiram dizer “sim” a novas experiências.

A protagonista, Laura Calamy, é uma atriz multifacetada, vencedora de um César de Melhor Atriz pelo filme de Vignal, «O Meu Burro, o Meu Amante e Eu», e um Prémio de Melhor Atriz na secção Horizontes de Veneza, por «A Tempo Inteiro», e que oferece aqui o papel de uma mulher, mãe de duas filhas adolescentes que depois de ver a sua vida conjugal estagnada decide abrir-se ao desejo e redescobrir a sua sexualidade com homens que não conhece de lado nenhum. Vincent Elbaz é um Stéphane bem-parecido, calmo, super pai, que passa a vida a trabalhar e parece ser muito compreensivo com as ausências e comportamentos estranhos da mulher. Será mesmo assim?


Vignal não pretende fazer um tratado contra o adultério. A realizadora não julga Iris e a audiência também não o fará. Vignal é livre no argumento e simplesmente mostra, de uma forma leve e cómica, que este reencontro de Iris com a sua sexualidade e feminilidade a tornam mais empoderada e confiante, e isso altera a forma como ela olha para o marido e como o marido olha para ela. E, por vezes, é só isso que é necessário para que um casal volte a “despertar-se”. No final, Caroline Vignal não toma partidos e talvez o marido de Iris também tenha algo a esconder.

«Iris e os Homens» não é um filme leviano ou feminista. Apesar de algumas cenas em tom de musical que parecem um pouco forçadas e o não aprofundamento de perfis de personagens ou argumento, é um filme sobre a realidade que muitos casais enfrentam hoje em dia e sobre o empoderamento que a paixão, o desejo e a sexualidade trazem, mesmo quando a vida de casal parece já ter um caminho “delineado”. É sobre dizer “sim”, mesmo quando as escolhas parecem “erradas” e a sociedade pressiona a dizer que “não”.

Título Original: Iris Et Les Hommes Realização: Caroline Vignal Elenco: Laure Calamy, Vincent Elbaz, Suzanne De Baecque Duração: 98 min. França, 2023

Foto: © CHAPKA FILMS – LA-FILMERIE – FRANCE-3-CINEMA

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