Rachel Weisz protagoniza «Dead Ringers» em dose dupla, numa adaptação moderna inspirada pelo filme com o mesmo nome de David Cronenberg (1988). A estreia acontece hoje, 21, no Amazon Prime Video.
Rachel Weisz é daquelas atrizes que se poderá dizer que é como o algodão: não engana. A intérprete é a grande mais-valia da nova série do Amazon Prime Video, «Dead Ringers», entregando uma performance de qualidade, ao dar vida a duas gémeas idênticas que, ainda assim, são muito diferentes entre si. Desde os anos 90 que a atriz não se aventurava no pequeno ecrã, e pode mesmo dizer-se que este é o seu maior desafio na TV até à data. Será que veio para ficar?
Beverly Mantle e Elliot Mantle são duas gémeas, obstetras na mesma clínica, que ambicionam revolucionar a forma como as mulheres vivem a gravidez. A premissa é inspirada no filme «Irmãos Inseparáveis» (1988), onde a dupla principal era interpretada por Jeremy Irons. Pode encontrar-se inspiração, por sua vez, na história real de Stewart e Cyril Marcus, dois ginecologistas também muito próximos toda a sua vida. A ficção tenta aqui explorar a dependência entre a dupla, enquanto testa os limites da ciência, da individualidade e das gravidezes, desafiando igualmente o mundo das dependências, como as drogas e outros vícios.
Com um argumento tenso e um desconforto geral em relação a alguns momentos do argumento e de Rachel Weisz, particularmente no papel de Elliot, «Dead Ringers» é uma série complexa e desconcertante, que coloca no centro as exigências e dificuldades dos partos. No entanto, o tema central é apenas uma desculpa para espoletar tudo o resto, sendo que tudo o que pode correr mal… provavelmente vai correr. Ninguém parece ter sorte naquela série, e as revelações de que vamos tomando conhecimento dão sinal disso mesmo.
Se no filme original uma mulher, interpretada por Geneviève Bujold, dividia os dois irmãos, é agora possível que esse lugar seja ocupado por Genevieve (Britne Oldford). Entre cruzamentos e outras trocas, a dupla desafia também os limites entre si e em relação aos outros, mudando totalmente as regras do jogo. Que impacto tem este processo na sua vida profissional e pessoal? Até onde serão capazes de ir? Que outros limites vão ser totalmente ultrapassados pela dupla? A julgar pela história de origem, não restará pedra sobre pedra no final.
Além de Weisz, que merece todas as atenções, a série integra ainda nomes como Michael Chernus, Jennifer Ehle, Emily Meade, Jeremy Shamos, Susan Blommaert e Poppy Liu, entre outros. A showrunner é Alice Birch, que já esteve envolvida em projetos como «Normal People», «Succession» e «Conversations with Friends».