A Filmin disponibilizou a bem cotada série dinamarquesa «Prisioneiro», que aborda uma problemática prisão que corre o risco de desaparecer. Mas, dentro ou fora das grades, todos parecem ser prisioneiros.

Sammi (Youssef Wayne Hvidtfeldt), Henrik (David Dencik), Miriam (Sofie Gråbøl) e Gert (Charlotte Fich) são alguns dos agentes responsáveis por manter a ordem numa prisão com poucas condições, totalmente comandada pelos prisioneiros. Entre corrupção, violência e uma ordem estabelecida, é difícil contrariar o status quo, mesmo que isso traga uma fama terrível à instituição. Será possível reverter o irreversível?

Mal uma pessoa é presa, as instruções são simples: se fizerem tudo que os prisioneiros mais fortes querem, e se lhes pagarem pelos seus serviços, vão estar seguros. Se não aceitarem este regime, avizinha-se um autêntico clima de terror. A generalidade dos guardas prisionais sabe disso e nada fazem para travar esta situação, ou o acesso a telemóveis, drogas e outros artigos proibidos.

Sammi é a mais recente contratação e, como seria de esperar, quer mudar tudo. O seu objetivo é apoiado pela própria responsável da prisão, que quer melhorar a reputação do espaço para garantir a sobrevivência da estrutura. No entanto, a tarefa é praticamente impossível pois, além dos prisioneiros que querem manter a hierarquia de poder, também vários guardar não estão interessados em abalar a ordem natural das coisas. Isso leva a um aumento exponencial da violência e de comportamentos desumanos.
Uma interessante análise sobre a dinâmica do encarceramento, onde a prisão não é apenas física, mas também mental e social. Muito humana e complexa – a partir do desenvolvimento das personagens – a série aprofunda os problemas financeiros e organizacionais porque muitas prisões passam. Trata-se de uma criação de Kim Fupz Aakeson que, de forma crua e assertiva, aborda questões fraturantes e obstáculos de raiz que dificultam não só a manutenção destes espaços, como a própria inserção dos detidos na vida social depois de saírem.

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