Page 27 - Revista Metropolis nº81
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DIVERSIDADE GANHA FORÇA NA
MARVEL
UCM é um enorme sucesso, uma heroína surda. “A diversidade Alguns dos personagens mudaram
O mas foi preciso esperar 10 anos do elenco impressionou-me”, relem- também de género na passagem da
para que um herói negro ganhasse bra Zhao. “Não apenas em termos de história para o grande ecrã, tornan-
protagonismo («Black Panther», sexo, raça, idade, mas pude ver, em do-se mulheres, o que acontece com
2018) ou 11 anos para que uma geral, o desejo de refletir o mundo as personagens Makkari e Ajak,
mulher se tornasse na principal em que vivemos, tanto quanto pos- interpretadas, respetivamente,
heroína de um filme («Captain Mar- sível. Isso é óptimo, mas o mais im- por Lauren Ridloff e Salma Hayek.
vel», 2019). Já em 2021, o UCM portante para mim era, na verdade, “Essa foi uma das coisas que me
abriu as portas às artes marciais poder contar uma história e criar atraiu. Não foi apenas ‘vamos mod-
e ao primeiro super-herói asiático personagens para serem tão individ- ificar um monte de personagens’,
como protagonista, em «Shang-Chi uais quanto possível e mostrar o que foi algo cuidadosamente escolhido
e a Lenda dos Dez Anéis». Contudo, está por baixo da superfície do seu e propositado”, realça Zhao. Ridloff
ainda há muito para fazer e «Eter- aspeto e do que representam. São in- que, tal como a sua personagem, é
nals» apresenta-se como um es- divíduos únicos, imperfeitos e com- surda-muda, fala sobre a oportuni-
forço mais robusto da Marvel para plicados, tal como nós. Foi isso que dade de interpretar a personagem:
preencher algumas lacunas. me atraiu para a história de cada um “Sabia que era a coisa certa a fazer,
dos personagens”. “Eles realmente para alguém como eu, uma mulher
Pela primeira vez, há lugar para um representam o planeta Terra”, suma- negra que é surda. E o facto de eu
herói LGBTQ, mas também para riza o ator Kumail Nanjiani. estar a aparecer como super-heroí-
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