Page 26 - Revista Metropolis nº81
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CGI Q.B.
hloé Zhao é conhecida por obras dição? Talvez não. chegue à sua própria conclusão so-
Cmais intimistas, com históri- Segundo Chloé Zhao, a cineasta bre a relação entre os personagens e
as com profundidade dramática e teve uma grande liberdade por par- o espaço em que se encontram”.
te dos estúdios para poder imple-
aposta em paisagens reais. Um dos
ETERNOS - Sobreviver na América» (2020), dos aspetos em que se inclui a sua ural, o que acaba por ter impacto
Zhao prefere filmar com luz nat-
mentar a sua visão da história. Um
melhores exemplos é «Nomadland
no processo de filmagens. Richard
vencedor de três Óscares, incluin-
abordagem passa por usar cenários
do na categoria de Melhor Filme. A
Madden diz que tal se nota mais
reais, recorrendo, o mínimo possív-
procura por um aspeto mais crível
em termos de tempo, já que se fica
el, aos efeitos visuais. A realizadora
fez com que também recorresse,
maioritariamente, a não-atores, refere que “tem de ser suficiente- com uma janela de tempo mais re-
duzida para filmar determinadas
mente imersivo para que o público
CIAL Dormand, que viria a vencer a estat- dam a vaguear pela Terra há 7.000 porque só vais ter dois takes antes
cenas. “Tens de estar no teu melhor
acredite que estes super-heróis an-
sendo que a exceção é Frances Mc-
de o sol passar aquela montanha e
ueta dourada na categoria de Melhor
anos. Os planos são mais longos,
usamos lentes de ângulo largo e
o perdermos. Teríamos de esper-
Atriz Principal. Já os filmes Marvel
ESPE são sobejamente lembrados - e, mui- foco profundo. O objetivo é dar ao ar mais um dia. Por isso, é sempre
bastante entusiasmante quando
público o espaço e o tempo para ex-
tas vezes, criticados - por usar mui-
plorar o que está dentro do enquad-
se filma assim. É perigoso e excit-
tos efeitos especiais. Juntar estes
ante”, conta.
dois mundos pode ser uma contra-
ramento e para que o espectador