Page 44 - Revista Metropolis 123
P. 44
por acaso, é um dos maiores minha interação com estes dois perdurem e que as pessoas
cantores e compositores que atores magníficos, tu e o Warren, associem a este filme?
a América já produziu, não o que me deram permissão para Scott Cooper: É interessante
Bruce Springsteen. E Bruce adaptar uma obra tão bela, bela e porque, desde «Crazy Heart» até
entendia isso e estava aberto honesta. Por isso, a colaboração este filme, sempre me esforcei
a isso. E ele contava-me coisas do Bruce consigo, com estes por fazer filmes incrivelmente
que nunca tinha contado a tipos, com a minha equipa, com o humanos e, de um modo geral,
ninguém. Jon Landau veio ter estúdio, foi, sabe, um dos pontos para pessoas que vivem à
comigo e disse: “Sabes, Scott, altos da minha vida. margem da vida, e também por
há coisas neste filme que nunca descobrir alguns temas, Warren,
foram reveladas.” E eu senti uma Há uma série de temas que que são muitas vezes difíceis
grande honra, um grande amor ganham vida para mim para as pessoas: dependência,
da parte do Bruce. quando estou a ver o filme. racismo, doenças mentais,
E há um tema entre pai e reencontro com a família,
Para além do filme, ele mostrou- filho. Há um tema sobre a distanciamento, solidão, todo
me um sentido de generosidade criação de uma arte que pode este tipo de coisas com que nós,
que vai muito para além da ser difícil para o público, certamente na América - só
amizade e pelo qual ficarei mas que o leva a confiar que posso falar disso -, temos lutado
eternamente grato. Quero dizer, pode ser aprofundada. Quais desde que sou cineasta.
ficarei para sempre grato pela são os temas que espera que Penso em termos de
44 METROPOLIS OUTUBRO 2025

