[Texto originalmente publicado na revista Metropolis nº16, Janeiro 2014]
«Wolverine» foi o blockbuster mais inteligente do Verão 2013. O filme tem a sua força nos personagens e foge a outros capítulos da saga X-Men em termos de tom e narrativa. Nesta obra conjuga-se o melhor de dois mundos, a existência de um homem solitário, em tudo idêntica à definição clássica de um ronin, um samurai sem mestre, que cumpre uma missão em nome da honra. Wolverine continua a lutar consigo mesmo, o caos versus o controlo, o animal versus o homem. É uma história de vingança e o encontro com o amor perdido num cenário que combina o moderno com o clássico com paisagens nipónicas entre o campo e a metrópole. O realizador James Mangold é um contador de histórias, as suas narrativas têm sempre uma sobriedade que nos fazem interessar pelos personagens. É impossível imaginar outro actor a interpretar Wolvernie, Hugh Jackman veste uma segunda pele, é maravilhoso na tensão interior e intrépido nas inúmeras sequências de acção. «Wolverine» é um bom filme pela sua essência, as ideias e o conceito de amor e redenção, exceptuando o final, estamos num mundo diferente da mitologia dos super-heróis no cinema moderno.
Título original: The Wolverine Realização: James Mangold Elenco: Hugh Jackman, Will Yun Lee, Tao Okamoto, Rila Fukushima Duração: 126 min EUA/Reino Unido, 2013