A METROPOLIS teve acesso aos primeiros quatro episódios da 4.ª temporada de «Westworld», cujo regresso deverá acontecer esta madrugada, com novo episódio na HBO Max Portugal.
Foram 13 meses sem saber o que se seguia ao cliffhanger brutal da terceira temporada de «Westworld». Num chorrilho de revelações, o espectador foi deixado no limbo e sem garantias do regresso de um conjunto de personagens centrais da série da HBO Max Portugal. Enquanto Dolores (Evan Rachel Wood) pode ter sido desligada para sempre, “Charlotte” (Tessa Thompson), uma versão vingativa de Dolores, mantém a sua sede de sangue e sofrimento e, para o alcançar, ataca William (Ed Harris) e confronta-o com a sua própria versão robotizada; já Maeve (Thandiwe Newton) e Caleb (Aaron Paul) dizem adeus lado a lado, prontos para receber o prometido “novo mundo”, sem as amarras do projeto de Serac (Vincent Cassel). No entanto, será novo sinal de melhor? A verdade é que nem por isso.
Coberto de pó no episódio de despedida da T3, Bernard (Jeffrey Wright) parece ter estado em contacto com o Sublime durante largos anos, pelo que seria de antecipar um avanço temporal em «Westworld». Determinado a salvar a Humanidade, Bernard traz consigo informações determinantes, que podem ser a chave da vitória contra a revolta dos robôs. No entanto, será que voltou tarde demais?
Embora dê sinais de ser muito simples, tal como acontece nas temporadas anteriores, a narrativa da season 4 esconde bastantes segredos, que podem escapar à mínima distração. Dolores parece inserida numa espécie de «Truman Show», onde se revela inocente em relação à realidade em que vive; no seu circuito é inserida uma das atrizes sensação do momento, Ariana DeBose, como a sua “casamenteira” colega de casa. O habitat é estranho para a audiência, que não percebe o alcance de cada personagem e os contornos exatos em que existe Dolores, e sob o controlo de quem ou com que propósito. Até a sua forma de acordar, um plano tradicional em episódios anteriores, antecipa a sua presença num novo loop.
Já Caleb aparenta ter encontrado finalmente a sua versão de final feliz, mas a tranquilidade é abalada pelos fantasmas do seu passado e por Maeve, que se manteve escondida durante vários anos. Perante a ameaça de “Charlotte” (também conhecida como Halores), “William” e companhia, as duas personagens são levadas ao extremo e confrontam-se como uma promissora nova versão de Westworld. Mas, com “Charlotte” no comando, o que esconderá realmente todo este artifício?
Com um argumento sólido, bem estruturado e divertido (por impossível que pareça à partida), «Westworld» regressa ao seu melhor nível. Diferente, é certo, mas com sinais da qualidade que continua lá. A história revela-se como uma teia, presa a diversas áreas de ação e com impacto em storylines variadas, mas que antecipam o mesmo centro. A forma como se chega lá, a viagem oferecida por Jonathan Nolan e Lisa Joy, é realmente a melhor parte do caminho. As teorias amontoam-se episódio após episódios e, por vezes, até o público atinge níveis de complexidade maiores que o dos próprios autores, o que torna «Westworld» um acontecimento dentro e fora de cena.
Se pensavam que William seria o pior vilão desta história, eis que Halores, a cópia dark de Dolores, vem desafiar esse conceito. Determinada a vingar-se de todas as pessoas e a fazer-lhes o mesmo que fizeram com os hosts, a personagem de Tessa Thompson apresenta-se mais obstinada do que nunca e sem limites para o que é capaz de fazer para atingir o seu derradeiro fim. Futurista, apocalíptica e distópica, «Westworld» tem mais camadas do que nunca, mesmo que à partida pareça ter uma narrativa mais linear. É tudo um truque de magia, mas será que prestámos atenção suficiente para o desmascarar?
A nova temporada junta ao elenco mais antigo – onde se destacam ainda, por exemplo, Luke Hemsworth, Angela Sarafyan e James Marsden – nomes como Aurora Perrineau, Nozipho Mclean e Daniel Wu. O primeiro episódio da nova temporada deve ficar disponível esta madrugada na HBO Max Portugal.