Joel Schumacher relançou a série Batman num registo de auto paródia e Tim Burton estabeleceu o universo do super-herói como um pesadelo gótico. Christopher Nolan assumiu o espírito das novelas gráficas do herói emblemático da DC Comics valorizando a personagem e o contexto. O cineasta explorou as origens do herói – por exemplo, através de pormenores como a relação com o seu pai – dando-lhe uma dimensão psicológica e humana tridimensional, neurótica, vingativa e atormentada, que nunca existiu com tanta clareza noutros seriados. Para ter sucesso nessa abordagem contou com o desempenho de Christian Bale. Mas a originalidade desta nova saga reside na realidade social que é retratada ao longo dos três episódios, com um crescendo extraordinário no desfecho. Gotham City não é uma cidade de artificial ou irreal, surge como o espaço que representa as diversas tensões criminais das metrópoles do mundo, confrontando o espectador com a série de ação que melhor encena a violência urbana contemporânea numa trama adaptada de um universo completamente fantasista.
BATMAN – O INÍCIO, 2005
O CAVALEIRO DAS TREVAS, 2008
O CAVALEIRO DAS TREVAS RENASCE, 2012
[Texto publicado originalmente na Revista Metropolis nº51, Julho 2017]