[Crítica originalmente publicada na revista Metropolis nº29, Julho 2015]
Aperte bem o cinto e prepare-se para uma aventura imparável… Seja bem-vindo a «Tomorrowland – Terra do Amanhã», onde o sonho é o fio condutor. Frank Walker (George Clooney), outrora um jovem e prodigioso inventor, cheio de esperança no futuro, é hoje um homem frustrado e profundamente dececionado com o mundo. Já Casey Newton (Britt Robertson) é uma adolescente muitíssimo inteligente e curiosa, que ainda acredita no poder do sonho e da vontade humana. Os seus destinos cruzam-se quando Casey descobre um alfinete muito especial que a leva para uma realidade paralela. Mais tarde a jovem procura Frank para que ele lhe mostre, de novo, aquele lugar mágico. Trata-se de Tomorrowland, o lugar que mudará, para sempre, as suas vidas e o fado da própria humanidade.
O renomado realizador de filmes de animação, Brad Bird, embarca nesta aventura, assinando uma utopia futurista cheia de luz e que tenta impressionar mais pela sua mensagem do que pelo uso de brilhantes efeitos especiais. A fotografia em muito ajuda neste propósito, concretizando-se numa estética reluzente que condiz com as intenções do argumento. Apesar de ter o futurismo como tema, a obra é moldada com várias referências vintage, que acrescentam ao filme algum encantamento adicional. Quanto à representação, ter George Clooney num filme deste género não é propriamente habitual, mas a escolha não poderia ter sido mais acertada. O ator imprime à sua personagem as características necessárias para que sirva (quase sempre) de oposição à personagem idealista de Casey, numa ótima interpretação da jovem Britt Robertson. Muito bem enquadrados estão também Hugh Laurie e Raffey Cassidy, ele mais carrancudo e cético e ela simplesmente encantadora.
«Tomorrowland – Terra do Amanhã» é um filme do mais Disney que há! Algo que já não se via há algum tempo. Os efeitos especiais são de cortar a respiração, contribuindo ora para a espetacularidade do filme ou mais como acessório em outros momentos. Muito ambicioso, o filme nem sempre consegue atingir verdadeiramente o objetivo, perdendo-se num argumento megalómano que, por vezes, falha os detalhes. Todavia, a mensagem é inspiradora: a salvação da humanidade depende, justamente, da própria humanidade. Nesta senda, apenas os sonhadores conseguirão ser bem-sucedidos. E nunca é demais relembrar o quanto o sonho e a esperança podem ser poderosos…
Titulo original: Tomorrowland Realização: Brad Bird Elenco: George Clooney, Britt Robertson, Hugh Laurie, Kathryn Hahn, Judy Greer. Duração: 130 min. EUA/Espanha/França/Reino Unido/Canadá, 2015