«Titane» de Julia Ducournau é um drama arrojado com paralelismos a «Crash» de David Cronenberg, um filme nomeado para a Palma de Ouro em 1996. A jovem realizadora francesa de 37 anos não tem uma filmografia muito extensa, a realçar «Raw» que estreou na semana crítica de Cannes e dois episódios da série «Servant» da Apple TV+. Julia Ducournau é a segunda mulher a vencer a Palma de Ouro após a neozelandesa Jane Campion ter vencido em 1993 com «O Piano».
O Grand Prix foi atribuído em paralelo ao drama iraniano «A Hero» de Asghar Farhadi («A Separação») e a «Compartment Nº6 de Juho Kuosmanen. Este realizador finlandês já tinha vencido em Cannes o prémio Un Certain Regard em 2016 com o seu filme de estreia «The Happiest Day in the Life of Olli Mäki».
O prémio de melhor actor foi atribuído a Caleb Landry Jones pela sua performance em «Nitram» de Justin Kurzel. Caleb Landry Jones interpretou o papel do perturbado homicida responsável pelo massacre em Port Arthur na Austrália em 1996. O prémio de melhor actriz foi atribuído a Renate Reinste no melodrama «The Worst Person in the World» realizado pelo dinamarquês Joachim Trier. Leos Carax venceu o prémio de melhor realizador com «Annette», o filme de abertura do festival.
A cerimónia da atribuição dos prémios ficou marcada por um lapso de Spike Lee presidente do Júri do Festival de Cannes. No início da cerimónia, antes da apresentação dos vencedores, Spike Lee anunciou acidentalmente a Palma de Ouro, o realizador norte-americano ficou consternado pela situação e pediu desculpas ao público e à direção do Festival.
A revista Metropolis terá a cobertura completa do Festival de Cannes na sua edição de Agosto.