13 é o número da sorte para os fãs de «The Great». A HBO Max estreia este sábado a totalidade da terceira temporada: depois da tragédia, Catherine e Peter tentam encontrar alguma estabilidade enquanto casal. Será que conseguem?
A relação entre Catherine, The Great (Elle Fanning) e Peter (Nicholas Hoult) nunca foi tranquila, mas parece ter encontrado um novo auge na sequência da morte de Joanna (Gillian Anderson), durante um momento de traição entre Peter e a mãe de Catherine. Totalmente diferente dos factos históricos, mas um catalisador intenso da narrativa, a morte de Joanna leva a uma sucessão de acontecimentos que conduz ao homicídio aparente de Peter. Só que não. Ainda Catherine lidava com um misto de emoções em relação ao que tinha feito, no final da T2, já o marido aparecia bem vivo na sala.
Com terapia de casal e tudo a que tem direito, será que a dupla vai conseguir encontrar algum tipo de solução?
Estavam lançados os dados para o caos, sobretudo quando Catherine, de forma impulsiva, tinha condenado à morte praticamente todos os amigos de Peter. O momento é caricato, com um leque de várias personagens importantes a perfilar-se para morrer a tiro ou às mãos de um urso. Sem piedade por traidores, e uma felicidade triunfal pela suposta morte de Peter, Orlo (Sacha Dhawan) está com sede de sangue; e nem a forma tosca de Velementov (Douglas Hodge) parece inverter o pior dos cenários. Tendo em conta que, apesar de baseada em factos reais, «The Great» pouco ou nada deve à verdade histórica, a audiência nunca sabe muito bem para onde caminha a narrativa. Uma sensação constante de abismo: será que caem ou voltam à base?
Com um argumento denso, mas assertivo, «The Great» joga com a própria bipolaridade da vida de Catherine, uma figura emblemática na liderança da Rússia e uma jovem condenada a crescer depressa de mais. A série, apesar de explorar frequentemente a sua fragilidade (até pela aparência de Elle), não a constrói como uma protagonista heroica, mas antes como uma mulher sem escrúpulos e que, no meio da sua infantilidade e egoísmo, nem sempre é capaz de levar as suas decisões até ao fim. Um caos controlado, também na performance de Peter, um tonto sempre em bomba-relógio a fintar o seu destino.
Numa altura em que os dramas reais e complexos amealham adeptos, «The Great» vem provar que é possível partir dos mesmos pressupostos para fazer “comédia à bruta”. Uma representação de uma sociedade de gente rica e profundamente hipócrita, a série da HBO Max serve de caricatura à época de Catherine, ao mesmo tempo que estabelece os fundamentos basilares de um império feito das vontades dos homens e mulheres do poder. Uma análise interessante, ao mesmo tempo que oferece bons momentos de televisão.
«The Great» é uma viagem rumo ao desconhecido, sempre no limbo entre a conhecida morte de Peter, que teima em não acontecer, e a ascensão de Catherine ao poder, até se tornar a mulher mais influente da Rússia e uma das mais poderosas do mundo. No total, a terceira temporada é composta por 10 episódios. Todos ficam disponíveis amanhã, 13. O elenco conta, entre outros, com Phoebe Fox, Gwilym Lee, Belinda Bromilow, Adam Godley, Florence Keith-Roach, Bayo Gbadamosi e Charity Wakefield.