«Ted» foi escrito, realizado e interpretado por Seth MacFarlane, a mente “perversa” e criativa por detrás de «Family Guy».
Em «Ted» os actores, e especialmente Mark Wahlberg, contracenam com o “vazio” é como quem diz contracena com um actor digital. Mark Wahlberg interpreta John um nativo de Boston que tem como melhor amigo o seu urso de peluche que ganhou vida (fruto de um desejo de infância) e este cresceu ao seu lado. Ambos ultrapassaram a casa dos 30, e o urso não ficou mais adorável – cresceu como um irmão real e tem os vícios de qualquer arruaceiro que se preze na Nova Inglaterra: os copos, as mulheres, as drogas e a diversão até às tantas. A personalidade de Ted é genuinamente de Boston e tem um perfil de um adulto que se recusa a pés juntos a aceitar qualquer espécie de responsabilidade.
Nesta comédia desbocada e politicamente incorrecta ao jeito de «Family Guy» o enredo apresenta uma história de amizade que colide com o amor: Ted não quer “crescer” mas ambiciona a exclusividade de John, o irmão não-oficial. John terá de abandonar os hábitos menos católicos se desejar continuar a sua relação com Lori (Mila Kunis).
As interpretações do digital ao real não perdem absolutamente nada, a personalidade e a naturalidade dos diálogos em muito ajudam à consumação da espontaneidade e natural improvisação quer na comédia quer nos momentos mais emotivos. As interpretações com o “vazio” foram amenizadas com Seth MacFarlane, a voz de Ted, ao estar presente no set nas locuções, ao contrário do que é habitual com a gravação à posteriori das vozes de personagens digitais, isso permitiu interação e dinâmica.
As sequências são sempre em crescendo e o filme termina ao jeito de um thriller quando Ted está na mira de um fã psicopata. Os gags saem à velocidade de uma metralhadora e têm a potência de um canhão combinando a imaturidade e o lado grosseiro saídos da boca de um urso de peluche…o resultado é totalmente hilariante.
*«Ted» estreia em Novembro na HBO Portugal.