«Still» de Davis Guggenheim é um excelente documentário que combina a saudade de uma estrela que prevalece perante a doença Parkinson. Um acto de viver feito com um riso nos lábios e a tenacidade de um homem electrizante. Michael J. Fox foi um dos mais mediáticos actores dos anos 1980 e vítima desta doença incurável. «Still» foi escrito por Michael J. Fox mas não é uma narrativa do coitadinho. O filme é uma forma de Michael tomar conta da sua própria história. «Still» é arrepiante na combinação da ficção com realidade e o passado com o presente. O mérito passou pela opção de realização de Davis Guggenheim e de uma montagem extraordinária de Michael Harte que conferiu o ritmo e o sentimento único do fascínio pelo mundo do cinema e da televisão, a vida de um astro e o lado estoico de Michael J. Fox face à doença através da imagem, música e sentimento. O documentário é apoiado nas imagens de arquivo, fotos e conversas com Michael e a sua família que mesmo retratando temas sérios estes invariavelmente descambam para a boa disposição do astro. Além destes recursos também temos a recriação com actores de momentos da vida de Michael. As interações com a esposa Tracy Pollan trazem o riso e as lágrimas ao nosso rosto. É tocante a origem do romance e perseverança do mesmo perante a adversidade. Este perfil de uma vida dedicada ao ecrã, a doença e depois a criação de uma fundação para a investigação da doença de Parkinson são legados únicos num testemunho imperdível que permite ver e sentir toda a aura de Michael J. Fox, uma verdadeira estrela dentro e fora do ecrã. «Still» é uma pérola visual e emocional.

Título Original: Still Realização: Davis Guggenheim Documentário Duração: 95 min. 2023, EUA

[Texto publicado originalmente na Revista Metropolis nº95, Julho 2023]

https://www.youtube.com/watch?v=yHgMSR4F1Ak
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