Escusado será lembrar que, no domínio artístico, um ponto de vista individual, seja ele qual for, não serve para legitimar nem condenar a decisão de um determinado colectivo — por exemplo, o ponto de vista de “um” crítico de cinema face ao palmarés atribuído pelo júri oficial de Cannes.

Assim, as decisões do júri de nove pessoas presidido por Greta Gerwig são tão pertinentes e válidas como seriam as que, nas mesmas funções, fossem tomadas por um colectivo de outras nove pessoas. Resta perguntar: o que fazemos de um filme como “Megalopolis”, de Francis Ford Coppola, ausente de qualquer menção da parte de Gerwig e seus pares?

Só posso responder em termos irremediavelmente pessoais. A saber: é, para mim, desconcertante que um objecto tão ousado e, por isso mesmo, tão inclassificável como “Megalopolis” não fique registado na memória oficial de Cannes. Porquê? Porque acredito que, daqui a 20 ou 30 anos, a maior parte das pessoas dirá que 2024 foi o ano de “Megalopolis” — escusado será acrescentar que não tenho maneira de “demonstrar” a minha crença. “Nobody’s perfect”.

João Lopes

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