Uma das criaturas sci-fi mais populares da história do cinema moderno tem direito a uma interessante prequela sobre a forma de «O Predador: Primeira Presa», de Dan Trachtenberg, que também criou o conceito do filme em parceria com o argumentista Patrick Aison.
«O Predador: Primeira Presa» desenrola-se nas Grandes Planícies norte-americanas circa 1719 quando tribos índias começam a sentir-se ameaçadas na sua existência pela crueldade do homem branco. Um twist vindo do céu vai baralhar as contas dos nativos americanos e os caçadores de peles. É apenas o segundo filme de Dan Trachtenberg, após «10 Cloverfield Lane», mas o realizador confirma o seu potencial ao realizar um envolvente thriller de acção da Disney +. Temos dois protagonistas centrais com imenso carisma: Naru (um desempenho ágil e temperamental de Amber Midthunder), a jovem Comanche, e o predador que procura caça digna do seu estatuto de caçador rex. Nesta colisão de vontades destaque também para o belíssimo cenário de fundo com uma paisagem de perder de vista. A direção de fotografia de Jeff Cutter utilizou muito pouca luz artificial e a filmagem anamórfica tirou o máximo partido do vasto cenário natural. O filme foi rodado nas pradarias indígenas do Calgary, no Canadá. As imensas coreografias, no decorrer da acção, utilizam ao máximo a agilidade dos personagens e proporcionam boas deixas a nível da realização.
É o melhor filme da série Predador – sorry Arnie –, não temos aquele lado sujo e de terror do filme de 1987, de John McTiernan. «O Predador: Primeira Presa» possui ritmo e a personalidade de uma heroína que derruba paradigmas do seu estatuto para provar a sua força e proteger a sua tribo através da perspicácia humana versus uma máquina de matar.
Título original: Prey Realização: Dan Trachtenberg Elenco: Amber Midthunder, Dakota Beavers, Dane DiLiegro Duração: 99 min. EUA, 2022
https://www.youtube.com/watch?v=wZ7LytagKlc