«O Padre Pugilista» é uma comédia dramática baseada em factos verídicos. O elenco dispensa apresentações, é liderado por Mark Wahlberg, Mel Gibson e Jacki Weaver. A narrativa “born again” segue a vida de um ex-pugilista do Montana que decide ir para Hollywood para ser actor. Mas o mau génio e a boca de esgoto de Stuart Long (Mark Wahlberg) são entraves ao seu sonho de actor. «O Padre Pugilista» está compartimentado num registo de comédia e um drama religioso.
Inicialmente o ritmo é bem divertido e irreverente, com o personagem a destabilizar tudo o que é mais sagrado até ver a Luz. Primeiro descobre a mulher da sua vida e depois a vocação divina. Um acidente coloca-o entre a vida e a morte e, após ser esmurrado pelo destino, Stuart decide ensinar os outros a colocarem a vida nas mãos de Deus. A segunda metade da obra é uma viragem de 180 graus, onde o bêbado violento se transforma em padre e persegue um chamamento divido. «O Padre Pugilista», marca pontos. É uma obra que na sua súmula aborda a capacidade de mudança e a procura de um grande propósito na vida.
Mark Wahlberg carregou «O Padre Pugilista» às costas, investiu e produziu esta obra, acreditou piamente neste registo e o padre Stu pode estar orgulhoso com este retrato. Mel Gibson dá apenas um ar da sua graça em pequenos apontamentos onde nos recorda o seu melhor no registo de humor. Jacki Weaver é uma espécie de personagem mártir, a mãe divorciada que sofre os reveses da vida e ainda tem de aturar as taras do filho. «O Padre Pugilista» é um filme agradável, sincero e explícito em que os bons momentos de romance, humor e improviso suplantam o excessivo fervor religioso.
Título Original: Father Stu Realização: Rosalind Ross Elenco: Mark Wahlberg, Mel Gibson, Jacki Weaver, Malcolm McDowell, Tony Amendola Duração: 124 min. EUA, 2022
[Texto publicado originalmente na Revista Metropolis nº89, Janeiro 2023]
