A grande ambição confessa do romancista William Faulkner era “conseguir pôr tudo numa única frase”. Felizmente, para nós, ele deixou muitas mais, mas essa mesma procura obstinada pelo absoluto, essa mesma ambição de querer juntar no presente todo o passado, encontra o seu eco perfeito no cinema, e em particular nos actores enquanto “motores sagrados”, capazes, não se sabe bem como, de sintetizar num gesto uma vida inteira.

Um dos temas fortes de «O Congresso», de Ari Folman («Valsa com Bashir», 2008), é, justamente, a homenagem ao trabalho dos atores que, num futuro tão próximo como o agora, em vez de estrelas passaram a ser vistos como relíquias obsoletas.

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