«Moby Doc» é um documentário musical em formato de trip de ácidos. É visualmente e narrativamente mirabolante ao debruçar-se sobre a vida pessoal e a carreira do músico, DJ, produtor e activista dos direitos dos animais Moby. É uma visão artística e vanguardista que sai fora da caixa devido à sua invulgar abordagem criativa. Temos cartoons, marionetas e estados de alma em animação do cartoonista Gary Baseman. Há lugar a reencenações de memórias de infância (“a criança de três anos, a mãe e a besta do seu namorado”) sob a batuta de Moby. Entre outros dispositivos narrativos juntam-se imagens de arquivo, home videos e conversas na primeira pessoa sobre os desafios e as atribulações do estrelato. Temos também o mais convencional, como as conversas com Gary Baseman no restaurante vegan de Moby, em Los Angeles, o Little Pine, ou um diálogo do músico com o realizador David Lynch que também contribui com algumas palavras sobre a importância do artista. Relembramos que Moby criou uma versão de “Go” com um sampler de “Laura Palmer’s Theme” do compositor Angelo Badalamenti para a clássica série «Twin Peaks», de David Lynch. Este foi o primeiro grande sucesso internacional deste gigante da música eletrónica nos anos 1990, especialmente pela onda tecno/rave em Inglaterra nesse período. Em paralelo a esta obra, além de umas t-shirts oficiais (bem catitas) com a assinatura de Gary Baseman, saiu o álbum “Reprise”, de Moby, editado pela Deutsche Grammophonque e gravado com a orquestra de Budapeste, um quarteto de cordas e artistas convidados. Podemos ver algumas belas reinterpretações de temas clássicos de Moby em palco neste documentário. Apesar de toda a parafernália, «Moby Doc» consegue ser intimista, tão triste quanto divertido. Fala sobre o passado, as desilusões, os vícios, a paixão pelos direitos dos animais e o sucesso sem precedentes da estrela global, Moby.
https://www.youtube.com/watch?v=7pYvm1IRh-w