Metropolis 80

JÁ CHEGAMOS AO PLANETA ARRAKIS

A rentrée de cinema fica marcada pela estreia de «Dune – Duna», a nova visão ‘futurista’ de Denis Villeneuve, adaptando as novelas de Frank Herbert originalmente publicadas em 1965. Estamos de  ovo no árido e escaldante planeta Arrakis, revendo uma obra que David Lynch tinha filmado em 1984.

A estreia do filme foi sendo adiada devido às restrições impostas pela pandemia que limitavam o funcionamento normal e pleno das salas de cinema. Sendo que os melhores ou piores resultados de «Dune» não dependiam apenas das condições de exibição cinematográfica. O ‘remake’ foi sempre encarado como um projeto desafiador, considerando que a obra de David Lynch foi um fracasso financeiro e é um filme de culto dentro do género da ficção científica.

«Dune», o filme a que damos mais atenção neste # 80 da METROPOLIS, era um desafio de produção que permitia avaliar a capacidade dos estúdios de cinema norte-americanos criarem um filme de sucesso com densidade narrativa e relevância temática. Além disso, esta estreia sucede numa época disruptiva para a distribuição cinematográfica, como se verificou em vários países onde o filme foi exibido simultaneamente em sala e na plataforma HBO Max. Os resultados confortaram a Legendary e Warner Bros que já anunciaram a parte II. É relevante concluirmos esta viagem, considerando que o filme é hoje mais urgente do que pareceu nos anos oitenta do século passado ao abordar problemas como a desertificação e exploração dos recursos naturais

O destino de «Dune» começou a ser traçado no festival de Veneza. Neste número voltamos a assinalar algumas das estreias mundiais dos festivais de outono que o público português já pode ver ou vai ver em breve nas salas de cinema.

TIAGO ALVES

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